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RJ: PM suspeito de matar advogado tem elo com jogo do bicho e está foragido

Anna Satie e Daniele Dutra

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, no Rio

04/03/2024 09h28Atualizada em 04/03/2024 14h56

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou dois suspeitos pela morte de Rodrigo Marinho Crespo, advogado assassinado a tiros na semana passada no centro da capital fluminense. A dupla está foragida.

O que aconteceu

Um dos alvos é um policial militar que tem ligação com o jogo do bicho, segundo a Polícia Civil. Leandro Machado da Silva, do 15º Batalhão da Polícia Militar, já foi investigado e preso por integrar uma milícia em Duque de Caxias (RJ). Ele teria sido "responsável por coordenar toda a logística do crime", segundo os investigadores.

Entretanto, ainda não se sabe se o crime está relacionado à contravenção no Rio. A investigação continua para identificar os demais envolvidos e a motivação do crime, disse a Polícia Civil do RJ.

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O outro é Eduardo Sobreira Moraes, que teria monitorado a vítima nos dias anteriores ao crime. A Justiça emitiu dois mandados de prisão temporária contra eles, além de busca e apreensão em endereços associados. A operação da Polícia Civil ocorreu na manhã de hoje.

Os dois suspeitos não foram encontrados pela Polícia Civil hoje e são considerados foragidos. Também não há informações sobre a defesa deles.

"Crime foi praticado com requintes de crueldade", declarou o delegado Felipe Curi, da Delegacia de Homicídios. "Foi à luz do dia, com homens encapuzados, no centro da cidade, ao lado da OAB, do Ministério Público e a Defensoria Pública. Foram 21 disparos de pistola efetuados à queima-roupa."

"São características que revelam uma assinatura de um determinado grupo criminoso", completou Curi. Segundo a Polícia Civil, esse grupo já vem sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, e "os crimes apresentam uma alta complexidade de elucidação", completou Curi, em entrevista coletiva nesta manhã.

Como foi o crime

O advogado Rodrigo Crespo foi morto na tarde da última segunda-feira (26), em frente ao escritório onde trabalhava, próximo à sede da OAB-RJ.

Crime tem características de execução, disse a Delegacia de Homicídios da Capital. Os policiais encontraram 11 cápsulas de munição no local, e nenhum pertence do homem foi levado.

Crespo teria saído do escritório para comprar um lanche quando um homem encapuzado desceu de um carro branco e fez os disparos, mostram imagens das câmeras de segurança. Os tiros continuaram mesmo depois que a vítima estava caída na calçada.

Advogado trabalhava em processos "corriqueiros", disse a vice-presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio. "Não atuava na área criminal. Um advogado conhecido, de um escritório prestigiado do Rio de Janeiro, sem aparentemente nenhum problema que pudesse gerar essa barbaridade, essa violência da qual ele foi vítima".

Escritório trabalha com mercado de criptomoedas e direito do entretenimento —segmento que inclui consultoria para operação de jogos legais, como corridas de cavalo e torneios de pôquer. Há um mês, Crespo escreveu na rede social LinkedIn que costumava falar sobre a regulamentação de jogos lotéricos e registro de apostas no Brasil.

Em nota, a PM informou que o policial alvo da operação já sofre Procedimento Administrativo Disciplinar, "que pode culminar com sua exclusão das fileiras da corporação".

O comando da SEPM reitera seu impreterível compromisso com a transparência e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos. A Corregedoria da corporação segue colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil. Polícia Militar, em nota

Leandro Machado da Silva (à esquerda) e Eduardo Sobreira Moraes (à direita), alvos de operação da Polícia Civil do Rio Imagem: Reprodução

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