PM suspeito de envolvimento na morte de advogado no RJ se entrega à polícia
Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, no Rio
05/03/2024 08h56Atualizada em 05/03/2024 11h05
O cabo da PM Leandro Machado da Silva, suspeito de envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, no Rio de Janeiro, se entregou à polícia.
O que aconteceu
O policial compareceu hoje à Delegacia de Homicídios da capital. Segundo a Polícia Civil, Silva presta depoimento nesse momento.
Mais cedo, a Polícia Civil do Rio também prendeu Cezar Daniel Mondêgo de Souza. Ele também é suspeito de envolvimento na morte do advogado. Crespo foi assassinado a tiros no centro da capital fluminense na semana passada.
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Souza era assessor da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) desde 2019. Ele foi exonerado na última quinta-feira (29).
Eduardo Sobreira Moraes, outro suspeito de envolvimento no crime, assumiria o cargo. A portaria com a substituição foi anulada ontem, e a posição está vaga, segundo a Assembleia.
Um suspeito ainda está foragido. Uma operação foi realizada ontem para prender Eduardo Sobreira Moraes e o Leandro Machado da Silva, mas o primeiro ainda não foi localizado.
A investigação aponta que Cezar e Eduardo monitoraram a vítima nos dias anteriores ao assassinato. Já Leandro seria o "responsável por coordenar toda a dinâmica do crime".
O UOL procura a defesa de Cezar. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
PM tem elo com jogo do bicho
O PM Leandro tem ligação com o jogo do bicho, embora ainda não se saiba se o crime está relacionado à contravenção. Ele já foi investigado e preso por integrar uma milícia em Duque de Caxias (RJ).
A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou, em nota, que o agente já é alvo de procedimento administrativo disciplinar, que pode tirá-lo da corporação.
Como foi o crime
O advogado Rodrigo Crespo foi morto na tarde da última segunda-feira (26), em frente ao escritório onde trabalhava, próximo à sede da OAB-RJ.
Crime tem características de execução, disse a Delegacia de Homicídios da Capital. Os policiais encontraram 11 cápsulas de munição no local, e nenhum pertence do homem foi levado.
Crespo teria saído do escritório para comprar um lanche quando um homem encapuzado desceu de um carro branco e fez os disparos, mostram imagens das câmeras de segurança. Os tiros continuaram mesmo depois que a vítima estava caída na calçada.
Advogado trabalhava em processos "corriqueiros", disse a vice-presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio. "Não atuava na área criminal. Um advogado conhecido, de um escritório prestigiado do Rio de Janeiro, sem aparentemente nenhum problema que pudesse gerar essa barbaridade, essa violência da qual ele foi vítima".
Escritório trabalha com mercado de criptomoedas e direito do entretenimento —segmento que inclui consultoria para operação de jogos legais, como corridas de cavalo e torneios de pôquer. Há um mês, Crespo escreveu na rede social LinkedIn que costumava falar sobre a regulamentação de jogos lotéricos e registro de apostas no Brasil.