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Como criminosos agiram para despistar polícia em execução de advogado no RJ

Advogado morto foi identificado como Rodrigo Marinho Crespo Imagem: Reprodução/Redes sociais

Daniele Dutra

Colaboração para UOL, no Rio

06/03/2024 09h12

A morte do advogado Rodrigo Crespo, no centro do Rio, foi marcada por uma ação articulada por ao menos três criminosos presos nesta terça-feira (5) pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital). Segundo as investigações, o cabo da PM Leandro Machado da Silva, Cezar Daniel Mondêgo de Souza e Eduardo Sobreira Moraes são suspeitos do assassinato, clonaram placas de carro, usaram veículos similares e monitoraram a vítima.

A investigação conta com a participação de três delegados e mais 50 policiais. O crime aconteceu no dia 26 de fevereiro, às 17h27, na rua Marechal Câmara, no Centro do Rio, quando Rodrigo voltava para seu escritório e foi alvejado por 21 disparos de pistola, à queima-roupa. O local do crime fica na mesma calçada da OAB, Defensoria Pública e Ministério Público.

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Carros semelhantes. Foram usados dois veículos Gol, modelos brancos, similares. Um deles ficou responsável por fazer a execução do advogado. Já o segundo carro monitorou a vítima por vários dias antes de sua morte e no dia da execução. Os criminosos seguiam a vítima do momento em que saía de casa até o momento em que chegava no trabalho e ficavam aguardando até a chegada deste segundo veículo.

Placa clonada. A Polícia Civil descobriu o caminho que esse carro fez até o local do crime e identificaram que a placa era clonada. No decorrer das investigações, os agentes encontraram outro veículo similar, com a mesma placa, rodando na região de Maricá, Saquarema, Niterói e Itaipuaçu. As equipes da DH conseguiram prender esse outro clone.

Aluguel de carro. Segundo as investigações, o Gol que chega primeiro no local do crime pertence a uma locadora e através disso, os agentes conseguiram identificar o responsável por esse monitoramento. A empresa costumava realizar contratos com empresas e já esteve envolvida em escândalos de corrupção e fraudes em licitações.

Cliente de longa data. O UOL teve acesso ao depoimento do gerente da locadora de veículos. O funcionário disse à polícia que o PM Leandro Machado da Silva, conhecido como "Machado", era um cliente antigo e que foi apresentado por Vinícius Drumond como um dos seguranças da contravenção.

Anotações suspeitas. Os agentes encontraram no escritório algumas anotações de outros aluguéis feitos pelo PM. Entre os nomes nos documentos estão "Correria Caxias", "segurança Caxias", "Vinícius Zoológico" (em referência ao jogo do bicho) e "Zoológico".

Número internacional. Uma das estratégias usadas pelo cabo da PM era usar um número internacional e com outro nome cadastrado para despistar o rastreamento.

Homens encapuzados. No local do crime, uma calçada monitorada por câmeras, é possível ver o criminoso encapuzado, correndo em direção ao advogado.

Felipe Curi, um os delegados que investiga o caso, disse que o que mais chamou atenção foi a mecânica do crime:

Foi praticado com requinte de crueldade, à luz do dia, com homens encapuzados, no Centro da cidade, ao lado da OAB, do Ministério Público e da Defensoria Pública. Foram 21 disparos de pistola efetuados a queima-roupa. São características que revelam uma assinatura de um determinado grupo criminoso que já vem sendo investigado pela DH, cujos crimes apresentam uma alta complexidade de elucidação. É um grupo extremamente perigoso, que cobra valores altos, mas dessa vez vai sair caro para eles, porque não vai sair impune.
Felipe Curi, em entrevista coletiva

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