Quatro policiais da PRF são denunciados por morte de jovem em blitz no Rio
Do UOL, em São Paulo
15/03/2024 14h38
Quatro policiais rodoviários federais foram denunciados pela morte de uma jovem de 23 anos durante uma blitz no Rio de Janeiro.
O que aconteceu
O Ministério Público pediu a prisão preventiva dos agentes por homicídio qualificado. Todos eles estavam presentes na ocorrência que acabou com a morte de Anne Caroline Nascimento Silva, em junho de 2023.
Acusações contra os policiais. Os agentes foram acusados de fraude processual, tentativa de homicídio e lesão corporal grave cometida contra a diarista Claudia dos Santos, que trafegava em outro veículo e também foi atingida.
Coautoria dos policiais que não dispararam. O MP pediu a mesma condenação para os quatro acusados, mesmo que só um tenha cometido os disparos, alegando "confluência de vontades" dos agentes. Segundo o órgão, eles também tinham intenção de matar o motorista do veículo ao atirar.
PRF afastou servidores e não vai se pronunciar. A Polícia Rodoviária Federal disse ao UOL que "não irá se manifestar sobre movimentações processuais que dizem respeito à defesa pessoal dos policiais" e informou que os servidores foram afastados previamente desde o dia da ocorrência.
Disparar oito tiros de fuzil contra a traseira de determinado veículo em movimento que, evidentemente, estava sendo conduzido por alguém, é um inegável atentado contra a vida.
Eduardo Benones, procurador da República, em decisão
Relembre caso
Anne foi baleada com tiro de fuzil. Ela estava dentro de um veículo na rodovia Washington Luiz e voltava com o marido de um restaurante em Duque de Caxias.
Policiais dispararam oito vezes. Sete tiros atingiram o carro da jovem, que estava no banco do carona. Outro atingiu uma diarista que estava em outro veículo e precisou ser hospitalizada.
Jovem foi socorrida antes de morrer. Anne deu entrada no Hospital Getúlio Vargas e morreu quatro horas depois, durante cirurgia.
Marido denunciou "intimidação policial". À Justiça, Alexandre Mello, marido de Anne, contou que passou por uma espécie de "interrogatório informal" ainda no hospital, quando ele esperava notícias da mulher.
Perseguição na rodovia. O marido de Anne também contou que a viatura da PRF começou a seguir o carro com faróis desligados, ligou o giroflex e não deu tempo de parada antes de começar a atirar.
"Desfecho trágico", afirmou PRF após morte. O policial responsável pelos disparos foi preso na ocasião e, na época do crime, a PRF lamentou o "desfecho trágico" da ocorrência.