Suspeito de fazer operação policial falsa, deputado do PR é investigado
Mesmo licenciado da Polícia Civil, o deputado estadual do Paraná Delegado Tito Barichello (União Brasil) tentou cumprir um mandado de busca e apreensão sem autorização da corporação. O alvo, segundo o deputado, era um homem suspeito de homicídio. A Corregedoria abriu investigação.
O que aconteceu
Tito estava armado de fuzil e usava roupas com logo da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ele chegou ao local em uma caminhonete com adesivos que faziam o veículo parecer uma viatura de polícia.
O deputado disse que a arma, a vestimenta e o carro são particulares. Quando estava na ativa na Polícia Civil, Tito integrava a DHPP.
Havia um mandado de busca a ser cumprido, mas, fora do cargo, o deputado não tinha autorização para cumprir. Ele estava acompanhado da mulher, a delegada Tathiana Guzella, que também está licenciada e trabalha no gabinete do deputado federal Felipe Francischini (União-PR).
A operação acabou não realizada, mas o casal postou nas redes sociais como se estivessem cumprindo o mandado judicial. No vídeo, eles alegavam que estariam atrás de um homem suspeito de tentativa de homicídio.
O fato ocorreu na última quinta-feira. O deputado Tito Barichello tem um histórico de polêmicas como levar armas para um pastor benzer. Ele é líder do bloco da segurança pública na Assembleia Legislativa do Paraná e teve 58,7 mil votos na última eleição.
Advogado não vê irregularidade
A atuação do deputado estadual não foi ilegal na avaliação de Jeffrey Chiquini, advogado de Tito. Ele justificou que o cliente é representante do povo e foi verificar uma denúncia grave, postura permitida pelo STF.
O advogado disse que estão tentando tirar o direito de ir e vir do deputado estadual e isto que é irregular. Chiquini acrescentou que qualquer cidadão pode realizar uma prisão em flagrante.
Por fim, o defensor afirmou que Tito merece aplausos de seus eleitores. As considerações do advogado foram gravadas em vídeo compartilhado nas redes sociais.