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Júri de bolsonarista que matou petista definirá se houve motivação política

O guarda municipal Marcelo Arruda (esq) foi morto a tiros pelo policial penal Jorge Guaranho (dir), que invadiu festa temática do PT na qual a vítima comemorava 50 anos em Foz do Iguaçu (PR) Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

03/04/2024 04h00Atualizada em 04/04/2024 07h18

O júri popular marcado para esta quinta (4) do caso envolvendo o bolsonarista que matou um petista em Foz do Iguaçu (PR) em julho de 2022 irá definir se houve motivação política. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

O que vai acontecer

MP do Paraná vai pedir condenação por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum. Ao denunciar o policial penal Jorge Guaranho, a Promotoria viu como motivação fútil a "preferência político-partidárias antagônicas dos envolvidos" e disse que o réu colocou a vida de outras pessoas em risco ao atirar.

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Segundo a denúncia do MP, Guaranho disse que "petista vai morrer tudo" antes de atirar. O atirador cometeu o crime após invadir uma festa temática do PT do guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava o seu aniversário de 50 anos.

Defesa descarta motivação política e vai pedir absolvição. Os representantes legais de Guaranho alegam que o policial penal agiu em legítima defesa, já que Arruda estava com a arma em punho quando o atirador invadiu a festa onde ocorreu o crime.

Dez testemunhas irão participar do júri. Cinco delas foram chamadas pela defesa de Guaranho e as outras cinco pelo MP.

Pena pode chegar a 30 anos de prisão. Caso o júri acolha a denúncia de homicídio qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Se houver o entendimento de que ocorreu homicídio simples, o réu pode ser condenado de 6 a 20 anos. No mês passado, Guaranho foi demitido do cargo de policial penal por Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.

O que dizem os envolvidos

Quem vai esperar que uma pessoa invada uma festa para matar o aniversariante por divergência política? Esse crime deixou um trauma na família. Até hoje, tenho medo de entrar em expressar o meu posicionamento. Só espero que a Justiça seja feita e que o júri tome a decisão pela condenação por homicídio duplamente qualificado.
Pâmela Arruda, esposa de Marcelo Arruda

Não houve discussão política. O desentendimento começou porque o Marcelo não gostou da música que estava tocando no carro e se exaltou. O meu irmão levou um tiro na boca que fez com que ele perdesse os dentes e soltasse a mandíbula. Ele ainda tem um projétil na perna, ficou com o joelho danificado e precisa de muleta para caminhar. Só queremos que a verdade venha à tona e esperamos que ele seja inocentado.
Ana Laura Guaranho, irmã de Jorge Guaranho

Todas as provas já foram juntadas aos autos, e a expectativa do MP é de que Jorge Guaranho seja condenado pelo crime de homicídio duplamente qualificado em um júri que deve ter mais de um dia de duração.
Tiago Lisboa Mendonça, promotor de Justiça

As provas são bem robustas. O atirador foi ao local para provocar a vítima. Depois de deixar a esposa e o filho na rua, em frente à casa e sem chave para entrar, ele retornou ao local para cometer o assassinato. O Guaranho estava movido por intenso ódio, que teve motivação política.
Daniel Godoy, advogado da família de Marcelo Arruda e assistente de acusação

Não há motivação política e o réu não invadiu a festa atirando. Ele agiu em defesa própria porque a vítima empunhava arma. Buscaremos a absolvição de Jorge Guaranho, vítima da situação ocasionada pelo descontrole da vítima, que o agrediu após discussão banal.
Samir Mattar Assad, advogado de Jorge Guaranho

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