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Provas deixam claro que idoso já entrou no banco morto, diz delegado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/04/2024 18h55Atualizada em 18/04/2024 20h28

O delegado Fabio Souza afirmou no UOL News desta quinta (18) que todas as provas obtidas até o momento deixam claro que o idoso Paulo Roberto Braga já estava morto quando entrou na agência bancária no Rio de Janeiro levado de cadeira de rodas por Erika de Souza Vieira Nunes para sacar empréstimo.

A questão dela dizer que ficou sabendo da morte dele só quando o médico disse isso pra ela não corresponde com a verdade, porque as imagens que analisamos com as declarações do médico e o laudo pericial deixam claro que ele já estava morto há algumas horas. Já entrou no banco morto. Ela sabia disso até quando fingia falar com ele. Fabio Souza, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

O laudo comprova em que sentido? O médico que atestou o óbito no local chegou poucas horas após o óbito e ele previu no corpo livor cadavérico, que é algo que se forma assim que a pessoa morre, mas só se torna visível a olho nu há pelo menos duas horas após a morte. O médico foi ao local às 15h, então a morte se deu por volta das 13h. O laudo pericial diz que a morte ocorreu entre 11h30 e 14h30 o que corrobora com o médico que esteve no local poucas horas após a morte. O conjunto probatório deixa claro que ele já entrou no banco morto, além das imagens que analisamos. Fabio Souza, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

O delegado diz que imagens mostram que a cabeça de Paulo cai e não apresenta mais movimentos comuns ainda nas dependências do shopping.

Ele chegou com vida, mas lá dentro, no shopping, a gente vê que ele entra em óbito. A cabeça dele cai, fica totalmente solta e não tem mais nenhum tipo de movimento. É assim que ele entra no banco. Ele não tinha condições nenhuma de sair de casa naquele dia. Fabio Souza, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

No dia que aconteceu a morte dele, quando ele saiu de casa ele estava vivo. Porém, ele não tinha condições de sair de casa. Tanto que ele foi colocado dentro do carro de aplicativo carregado pelos braços e pelas pernas. Fabio Souza, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Ao invés de levar uma pessoa nesse estado para o hospital, ele foi levado para o shopping. Por que para o shopping primeiro? Porque o shopping fornece cadeira de rodas. Ela pegou a cadeira de roda, sentou para tomar café e nesse momento a gente começa a perceber que ele já entrou em óbito. Fabio Souza, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro

O que se sabe

O que diz a defesa de Erika? A mulher que levou o idoso ao banco possui laudos para atestar que tem problemas psiquiátricos, disse a advogada Ana Carla de Souza em entrevista ao UOL News. "São situações que transitam entre um abalo psicológico e uma questão de medicamentos controlados no campo psiquiátrico", disse a defensora.

Quem viu o idoso ainda vivo antes de ser levado ao banco? Ao menos duas pessoas interagiram com Paulo Roberto Braga, 68, antes do trajeto até o banco. Um motorista de aplicativo prestou depoimento ontem dizendo ter levado o idoso em uma viagem no banco traseiro do veículo. "Ele chegou a segurar na porta do carro", disse. Uma outra pessoa relatou ter ajudado a retirar Paulo da cama para levá-lo ao veículo. "Ele ainda respirava e tinha força nas mãos", disse. A Polícia Civil agora está atrás de outras testemunhas.

Como foi a interação das duas filhas de Erika com Paulo? Elas foram citadas no depoimento do motorista do aplicativo. Segundo ele, uma das meninas ajudou a levar Paulo da cama para o veículo, segurando-o pelas pernas. "Erika ainda chamou as duas filhas para irem com ela, mas nenhuma delas quis acompanhar a mãe", disse o motorista de app.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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