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PM faz ação em Paraisópolis, e moradores relatam fechamento de ruas e lojas

SSP diz que procura criminosos e que quer evitar realização de 'pancadões' Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

19/04/2024 21h18Atualizada em 19/04/2024 21h34

Moradores de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, relatam que a Polícia Militar está bloqueando ruas e determinando o fechamento do comércio na noite desta sexta-feira (19), dois dias após uma criança ser ferida durante uma outra operação policial no bairro.

O que aconteceu

Mais de dez viaturas, motos e dezenas de policiais fazem operação na comunidade desde o início da noite na comunidade. Segundo os moradores, os PMs estão fortemente armados e impedindo a circulação nas ruas. "Todo mundo assustado, parece cenário de guerra", disse um dos moradores ao UOL. Ele não quis ser identificado.

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Comerciantes afirmam ter sido obrigados fechar as portas. Eles dizem que policiais entraram em seus estabelecimentos e mandaram encerrar o atendimento ao público.

PMs bloquearam as ruas. Moradores afirmam que a rua Ernest Renan e a rua Herbert Spence estão fechadas por viaturas — o local é próximo à Viela do Louro, onde nove pessoas morreram durante uma operação no Baile da DZ7, em 2019. A rua Doutor José Augusto também está parcialmente ocupada.

Operação visa combater roubos e furtos, diz polícia. A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) disse ao UOL que o objetivo da operação de hoje é identificar e combater criminosos na região. Em nota, o órgão afirmou que a ocupação é uma "estratégia" da PM para combater "pancadões" (leia a íntegra da nota abaixo).

No coração de Paraisópolis, no horário de pico, quando os trabalhadores estão chegando, as peruas escolares estão chegando. A esquina está fechada, existe um arsenal de viaturas e motos que parece que está promovendo uma guerra. Os comerciantes têm sido convidados a baixar as suas portas. Parece um toque de recolher promovido pelo Estado.
Gilson Rodrigues, G10 Favelas

Estava trabalhando por volta de 19h, fui abordada e obrigada a fechar o meu comércio. Dentro da própria comunidade onde eu moro. Eles não querem deixar nada aberto.
Comerciante que prefere não se identificar

Os policiais mandaram e começamos a baixar nossas portas, não nos deixaram exercer o nosso direito de trabalhar. Já é o segundo final de semana seguido que eles não nos deixam exercer o nosso direito de trabalhar aqui na comunidade. No final de semana passado mesmo eles nos mandaram fechar as portas, jogaram gás de pimenta, aquelas bombas de gás, nos mandando ir para casa.
Comerciante que não quis identificar

O objetivo principal é identificar e prender criminosos, realizar a apreensão de entorpecentes, além de evitar a realização dos conhecidos "pancadões" na área. Dentre as estratégias, está a ocupação ostensiva prévia do território, com o intuito de dissuadir a formação de aglomerações, agindo de forma preventiva.
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

Criança de 7 anos foi ferida

Há dois dias, uma criança foi baleada em Paraisópolis durante ação da PM. O menino de 7 anos foi atingido por um disparo no momento de uma suposta troca de tiros entre a polícia e criminosos. A Ouvidoria da PM disse que vai apurar o caso. A criança se encontra estável, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Na quinta-feira (18), moradores de Paraisópolis fizeram uma manifestação pedindo paz. O protesto, organizado pela União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, foi convocado após a criança ser baleada.

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