Caso Marielle: delegado preso pede para prestar depoimento à PF
Colaboração para o UOL, em São Paulo
29/04/2024 14h03
A defesa do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeito de planejar a morte da vereadora Marielle Franco, pediu para prestar depoimento à PF (Polícia Federal).
O que aconteceu
Documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A defesa alega que, embora tenha havido a determinação judicial que se ouvissem os investigados tão logo fossem realizadas as prisões, isso ainda não aconteceu, mesmo 30 dias após a deflagração da operação da Polícia Federal.
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Defesa pede para que mulher também seja ouvida. Os advogados solicitam ainda para que Erika Andrade de Almeida Araújo, advogada, empresária e esposa de Barbosa, preste depoimento à PF e que medidas cautelares contra ela sejam revogadas.
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne de: (...) determinar a Autoridade Policial que proceda a imediata tomada dos depoimentos de Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e Érika Andrade de Almeida Araújo, em cumprimento à decisão proferida por Vossa Excelência há mais de 30 (trinta) dias. (...) após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, deferir a revogação das medidas cautelares impostas a Érika Andrade de Almeida Araújo. Trecho de petição enviada por defesa de Barbosa a Moraes
A petição é assinada pelos advogados Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane, que fazem a defesa do delegado.
O que a PF diz sobre Barbosa
O delegado é acusado de participar do planejamento do crime. Segundo relatório da corporação, ele atrapalhou as investigações das mortes de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
Barbosa assumiu cargo na Polícia Civil um dia antes dos assassinatos. Ele foi nomeado pelo então interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, o general Braga Netto.
Suspeito de receber propina para obstruir investigações. Em relatório enviado ao Ministério Público em 2019, a Polícia Federal apontou Barbosa como suspeito de receber R$ 400 mil para evitar o avanço das investigações sobre autoria. Delegado negou o recebimento de propina e a obstrução do caso, mas segundo a delação do ex-PM Ronnie Lessa, foi ele quem garantiu a impunidade do crime.