Casas alagadas, sem luz e falta de água: chuva afeta 20% de moradores do RS
A enchente causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul já afetou 20,9% da população até o momento. Dados são do boletim da Defesa Civil, divulgado na manhã desta quinta-feira (16).
O que aconteceu
São 2.281.774 afetados, informou a Defesa Civil nesta quinta-feira (16). Segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, o estado do Rio Grande do Sul tinha 10.882.965 pessoas.
Mais de 90% das cidades afetadas. Dos 497 municípios gaúchos, 458 sofreram alguma consequência dos temporais, segundo o último boletim da Defesa Civil.
População gaúcha sofre com os prejuízos. Os afetados são aqueles que moram em áreas alagadas, os que tiveram algum dano em casa em decorrência das chuvas e os que perderam acesso a serviços essenciais, como água e luz.
151 mortes registradas e 104 desaparecidos. Além disso, são 538.164 desalojados, 77.199 em abrigos e 806 feridos, segundo levantamento da Defesa Civil.
236.888 pontos estão sem energia elétrica. Desses, 112.488 são clientes da CEE Equatorial, enquanto 124.400 são atendidos pela RGE Sul.
Ao menos 129.977 pessoas estão sem abastecimento de água. Cinco municípios estão sem serviços de telefonia e internet da operadora Vivo.
Moradores relatam dificuldades após tragédia
''Sentimento de que não tem lugar para morar'', diz Ari José Bordignon, um dos moradores afetados. O funcionário público de Muçum relatou ao UOL estar enfrentando a terceira enchente em um ano.
Vai ser muito difícil conseguir moradia para quem perdeu tudo. Adquirir terreno, construir casa e emprego também
Ari José Bordignon
Uma moradora de Lajeado chorou ao ver sua casa pela primeira vez após as enchentes. ''Não dá para aguentar, é muito triste'', disse Terezinha da Silva, de 70 anos. A mulher ainda pagava os móveis da última inundação em novembro de 2023.
O presidente Lula (PT) anunciou uma transferência de R$ 5.100 para famílias afetadas pelas enchentes. O pagamento será feito de forma direta via Pix. Ele disse que o governo prevê que a medida custe R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos, atendendo 200 mil núcleos familiares.