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Funcionários de clube resgatam moradores de ilha submersa em Porto Alegre

Na manhã desta sexta (3) pelo menos 60 ribeirinhos já foram resgatados Imagem: Ralf Gutschwager / Grêmio Náutico União

Laila Nery

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/05/2024 14h25Atualizada em 03/05/2024 22h55

Funcionários do Grêmio Náutico União, às margens do rio Guaíba, resgataram, nesta sexta-feira (3), 500 dos 750 moradores da Ilha do Pavão, em Porto Alegre.

O que aconteceu

A Ilha do Pavão foi invadida pela água do rio. O vice-presidente do Grêmio Náutico União, José Bonifácio Mendes Coutinho, disse ao UOL que já é o quarto ano que a entidade, fundada em 1903, atua em enchentes, mas é a primeira vez que a ilha fica completamente submersa.

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Ilha do Pavão ficou submersa após enchente do Rio Guaíba Imagem: Arquivo / Grêmio Náutico União

Três embarcações, duas barcas e um catamarã estão disponíveis para o resgate da comunidade ribeirinha. "Temos 450 funcionários, muitos moram na ilha, que está completamente submersa. A maior enchente que registramos na Ilha do Pavão foi em 1941, ainda não dá para afirmar, mas desta vez podem ocorrer ainda mais perdas", afirma Mendes Coutinho.

Moradores foram levados para casa de parentes e para Usina do Gasômetro, no Centro de Porto Alegre.

Campanha de arrecadação de dinheiro e mantimentos de 2024 de associação de remo foi antecipada diante da enchente. "Em 2023, arrecadamos mais de R$ 33 mil para ajudar as vítimas da tragédia, neste ano precisaremos de mais arrecadação, já que os danos são ainda maiores", afirma o vice-presidente.

O rio Guaíba recebe o desague de outros rios, agora essa água está represada em Porto Alegre afetando muito a Ilha do Pavão e a das Flores, principalmente.
José Bonifácio Mendes Coutinho, vice-presidente do Grêmio Náutico União

Grêmio disponibilizou embarcações para resgate de ribeirinhos na Ilha do Pavão Imagem: Arquivo / Grêmio Náutico União

Rio Grande do Sul tem ao menos 41 mortos. Outras 74 pessoas estão desaparecidas, centenas estão ilhadas, e milhares, desabrigadas. Há 74 pessoas feridas também, conforme o último boletim divulgado pela Defesa Civil do RS.

Ao todo, 235 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estenderam desde o início da semana. Há 23,5 mil pessoas desalojadas e 7.949 em abrigos. No ano passado, mais de 80 pessoas morreram no estado, vítimas de três enchentes e eventos menores.

Estado de calamidade pública. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública na noite de quarta (1º), com prazo de 180 dias. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, "caracterizados por danos e prejuízos elevados". Todo o estado foi colocado sob alerta de inundação ou inundação severa.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente que os atletas de remo do Grêmio Náutico União participaram dos resgates. Na verdade, eles foram realizados por funcionários do clube, não atletas. A informação foi corrigida.

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