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Falta percepção do risco de desastre, diz coordenador do Cemaden

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/05/2024 12h55

Apesar dos alertas meteorológicos antecipados, ainda falta ao poder público e à população dimensionar a gravidade de desastres naturais, como no caso das fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul. A avaliação é de José Marengo, coordenador-geral do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em entrevista ao UOL News nesta segunda (6).

Em termos de prevenção e de evitar a tragédia, as chuvas já haviam sido previstas desde a última semana de abril. O Cemaden tinha emitido vários tipos de alertas de desastres hidrológicos e geológicos para esta região.

Não há como parar a chuva; a única solução é se preparar. De certa forma, a preparação mostrou que ainda falta um caminho muito longo. Falta a percepção do risco de desastre. A chuva e a situação de alerta estavam previstas. O problema foi que, talvez, planos de contingência tenham que ser revisados ou atualizados. Estruturas hidráulicas foram construídas há décadas, assumindo uma chuva que não mudaria, como está acontecendo agora.

Muitos desses componentes que não têm a ver com o clima aumentaram a intensidade do desastre, José Marengo, coordenador-geral do Cemaden

Marengo criticou a ação dos 'negacionistas climáticos', cujos comentários dificultam a conscientização da gravidade de questões ambientais.

Às vezes, temos que ter cuidado em atribuir um fenômeno a mudanças climáticas. Os negacionistas vêm com todo aquele discurso de que 'o aquecimento não tem nada a ver com o homem'. Todo esse tipo de coisa atrapalha.

Nessa escala de dias, os negacionistas não têm tido papel algum. Os alertas estão presentes, as chuvas vieram, o desastre aconteceu e todos estão trabalhando na recuperação e na reconstrução. Precisamos realizar muitos estudos e saber se esse extremo de chuva que gerou o desastre foi de fato associado à mudança climática.

Aquele discurso negacionista muitas vezes atrapalha ações do governo. O plano de adaptação considera essa parte. O pior tipo de ação é a inação. José Marengo, coordenador-geral do Cemaden

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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