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Volta das chuvas: bombeiros e Exército resgatam moradores em Porto Alegre

Do UOL, em Porto Alegre

23/05/2024 16h12

Com a volta da chuva e em meio ao alagamento em Porto Alegre, bombeiros e militares do Exército realizaram novos resgates em bairros da capital nesta quinta-feira (23).

O que aconteceu:

Os bombeiros circulavam em barcos e batiam de porta em porta, em busca de moradores, no bairro Menino Deus. O UOL acompanhou resgates entre as avenidas Padre Cacique, Praia de Belas e José de Alencar.

Em uma das ações, uma moradora foi retirada de uma casa. Ao perceber a presença de socorro, outros moradores em um prédio pediram ajuda.

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A ação era monitorada por um bombeiro em cima de uma ponte. Era ele quem orientava os socorristas pelo celular. Em seguida, veículos do Exército passaram a auxiliar, retirando moradores de prédios: "As tropas estão na rua, percorrendo essas áreas alagadas e oferecendo ajuda", explicou o tenente Pablo Gomes, do comando militar Sul.

Militares também participaram do resgate de crianças em uma creche. A instituição fica no bairro Cavalhada, uma das áreas mais afetadas hoje.

Nível do Guaíba registrava 3,91 metros no Cais Mauá às 14 horas de hoje. Apesar disso, não houve alagamento no centro histórico, próximo ao Guaíba.

Mais cedo, a prefeitura enviou avisos para que moradores do sul, extremo sul e ilhas da capital não voltem para casa. Pedido foi feito devido à "possibilidade de uma nova elevação no nível do Guaíba nesta localidade", afirmou a administração em nota.

Aulas na capital foram suspensas, e colégios públicos serão usados para acolher as vítimas da chuva. Segundo o prefeito, a suspensão das atividades escolares também visa minimizar os efeitos no trânsito após as enchentes.

"Eu me coloco ao lado do cidadão nesse momento difícil. Compreendo a irritação e a dor. Mas é momento que precisamos nos unir", disse, em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (23).

Prefeito descartou a possibilidade de fechamento dos abrigos e disse que chuva já era esperada. "Aquilo que era problema das áreas alagadas estendeu-se para toda a cidade".

Moradores deixam casas pela 2ª vez: 'Pesadelo sem fim'

A água subiu rapidamente no fim da manhã de hoje no trecho entre as avenidas Padre Cacique, Praia de Belas e José de Alencar. Um carro quase foi submerso pela água na José de Alencar, obrigando o motorista a abandonar o veículo pela água, enquanto as pessoas saiam às pressas de onde estavam.

Com uma mochila nas costas, a enfermeira Bruna Cristina Dias, 23, saiu do prédio onde mora na avenida Praia de Belas com a água já pela cintura.

Resgatada em um barco enquanto a água subia há pouco mais de duas semanas, ela ficou na casa de parentes e retornou ontem para o apartamento. Mas a tentativa de retomada da normalidade só durou algumas horas.

"Só tive tempo de pegar as minhas coisas e sair. Estou vivendo um pesadelo que não acaba nunca".

Em seguida, a empresária Vitória Luz da Silva, 23, saiu do mesmo prédio visivelmente abalada. Natural de Santa Cruz do Sul, ela se mudou para a capital gaúcha no começo do ano. Mas o trauma deixado pelas enchentes já estão fazendo com que ela pense em retornar para a cidade de origem.

"Eu voltei ontem, comecei a organizar as minhas coisas e tive que sair de novo. É traumático e assustador. É um pesadelo ter que reviver isso".

Dono de um restaurante na região, Aureo Finato Giovanella, 57, foi ao local para tentar minimizar perdas, caso a água invadisse o estabelecimento. "Começou a alagar tudo de novo. Tô preocupado é com medo de sofrer mais prejuízo", disse.

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