DF: Veterinário é preso por tráfico de cetamina; mesma droga do caso Djidja
Do UOL, em São Paulo
07/06/2024 15h28Atualizada em 07/06/2024 15h36
Um veterinário de 30 anos foi preso nesta sexta-feira (7) suspeito de comandar um esquema de tráfico do anestésico cetamina em Ceilândia (DF). A substância é a mesma que teria causado a morte de Djidja Cardoso, em Manaus (AM).
O que aconteceu
Em pouco mais de um ano, ele teria adquirido cerca de 93 litros da droga. Ele é dono de uma clínica veterinária na região administrativa do DF.
Essa quantidade é suficiente para anestesiar pelo menos 124.933 gatos, 41.644 cachorros ou 1.249 cavalos, segundo a Polícia Civil. Foram apreendidos mais de dez frascos de cetamina.
O veterinário, que não tinha passagens pela polícia, será indiciado por tráfico de drogas. A operação ocorreu com apoio técnico do Ministério da Agricultura.
Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra os agentes arrombando a clínica veterinária. Na gravação, produtos como a cetamina são encontrados em meio a panelas com resto de comida. Algumas caixas estavam dentro de um fogão.
Caso Djidja
Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro de casa em Manaus no dia 28 de maio. A principal suspeita é de que a ex-sinhazinha do Boi Garantido, associação do Festival Folclórico de Parantins, sofreu uma overdose de cetamina.
Família Cardoso já era investigada por liderar um grupo religioso. Seita forçava seguidores a usar cetamina para "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação", diz a polícia. A polícia detalha que Cleusimar, mãe de Djidja, seria Maria; Ademar, irmão da ex-sinhazinha, assumia a figura de Jesus; enquanto Djidja seria Maria Madalena.
Grupo religioso se chamava "Pai, Mãe, Vida". Segundo a polícia, eram realizados rituais com o uso indiscriminado de cetamina, que tem efeitos alucinógenos. As investigações apontam que algumas vítimas passaram por violência sexual e aborto.