Justiça manda soltar influencers suspeitos de incentivar Jogo do Tigrinho
A Justiça mandou soltar dois influenciadores presos preventivamente suspeitos de incentivar os seguidores a praticar o Jogo do Tigrinho.
O que aconteceu
As prisões de Ana Paula Ferreira da Silva e Ygor Yuri Ferreira de Oliveira foram revogadas pela Justiça alagoana. O pedido de soltura foi expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital.
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Ana Paula e Ygor haviam sido presos preventivamente pela operação "Game Over". A operação que investiga os influenciadores que popularizam o chamado Jogo do Tigrinho. Eles foram presos na manhã desta terça-feira (25) em um condomínio de Marechal Deodoro (AL).
Apesar da soltura, dupla terá que cumprir medidas cautelares. Segundo a Justiça alagoana, ambos devem entregar seus passaportes e comparecerem ao Juízo mensalmente. Eles também estão proibidos de entrar em contato com outros investigados da operação.
Justiça alegou "intenção (dos investigados) de colaborar com as autoridades". Para a mulher, pesou o fato de ser mãe de filhos menores de 18 anos. Já Ygor, que é advogado, acenou para uma possível "colaboração premiada".
Anteriormente, os influenciadores tiveram objetos de luxo apreendidos. Policiais já haviam apreendido carros, computadores e joias dos suspeitos.
O UOL tenta contato com a defesa de Ana e Ygor. Após a prisão, as contas de ambos no Instagram foram desativadas. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.
Jogo do Tigrinho na mira das autoridades
A modalidade entrou sob investigação no Brasil após se popularizar nas redes sociais. Influenciadores de diversas faixas etárias e de nichos distintos passaram a lucrar para propagar casas de cassino online, oferecendo o "Jogo do Tigrinho".
Cassino online não é regularizado no Brasil. Usuários das redes sociais, com a popularização do jogo, passaram a relatar grandes perdas financeiras com as casas, alegando falta de transparência das empresas e fraudes.
Investigação aponta fraudes
As investigações da Polícia Civil de Alagoas mostraram que influenciadores que faziam propaganda para o Jogo do Tigrinho e similares recebiam uma conta diferenciada dos demais usuários das plataformas, que dava acesso a uma aposta que seria "viciada em ganhar".
A Operação Game Over, deflagrada na segunda-feira da semana passada, mirou 12 alvos e pediu apreensão no valor de R$ 38 milhões —montante movimentado desde outubro de 2023, quando a apuração teve início. Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. Carros de luxo, lancha e dinheiro foram apreendidos.
A investigação também apontou que os proprietários das plataformas mudam sempre as páginas e links para buscarem manter apostadores. O delegado explica que isso ocorre porque as pessoas, ao perceberem que estão perdendo dinheiro, "passam a desacreditar daquela plataforma".