Influenciadores são presos em operação contra 'Jogo do Tigrinho' em Alagoas
Dois influenciadores foram presos em uma operação que investiga pessoas que incentivam seguidores a praticar o "Jogo do Tigrinho".
O que aconteceu
Mandados foram cumpridos contra Ana Paula Ferreira da Silva e Ygor Yuri Ferreira de Oliveira. O casal foi preso em condomínio de Marechal Deodoro (AL) na manhã desta terça-feira (25).
Dupla deve passar por audiência de custódia. Eles eram investigados pelo crime de estelionato antes de serem presos, segundo a Polícia Civil.
Influenciadores já tiveram os carros apreendidos. As prisões desta terça-feira são decorrentes da Operação Game Over, que apreendeu carros de luxo dos mesmos influenciadores na segunda-feira (17).
O UOL buscou a defesa dos influenciadores e aguarda retorno sobre o assunto. Os perfis dos dois no Instagram estavam fora do ar nesta manhã.
Jogo do Tigrinho está sob investigação no Brasil por ser um cassino online disfarçado, prática ilegal no país. Os influenciadores recebem dinheiro para divulgar o jogo em seus perfis, enquanto muitos internautas relatam prejuízos financeiros enormes ao aderirem ao jogo virtual, conforme investigações das autoridades brasileiras que já miraram diversos influenciadores em todo o país.
Como os influenciadores alagoanos alvos da operação Game Over não tiveram os nomes divulgados, não foi possível localizar suas defesas para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Investigação aponta fraudes
Influenciadores que faziam propaganda para o Jogo do Tigrinho e similares recebiam conta diferenciada dos demais usuários das plataformas, mostra investigação da polícia. A conta em questão dava acesso a uma aposta que seria "viciada em ganhar".
Operação Game Over pediu apreensão no valor de R$ 38 milhões. O montante seria equivalente ao valor movimentado desde outubro de 2023, quando a apuração teve início. Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. Carros de luxo, lancha e dinheiro foram apreendidos na ocasião. Entre esses bens apreendidos estavam carros dos influenciadores presos nesta terça-feira (25), informou a polícia.
A investigação também apontou que proprietários das plataformas mudam sempre as páginas e links para buscarem manter apostadores. O delegado de Estelionatos de Maceió, Lucimério Campos, explicou ao UOL que isso ocorre porque as pessoas, ao perceberem que estão perdendo dinheiro, "passam a desacreditar daquela plataforma."
Os proprietários, que geralmente são chineses, criam as plataformas e delas lançam os links de acesso para jogar e o link 'demo'. Eles exploram por um tempo e depois derrubam e criam outras, que vão mudando o nome.
Lucimério Campos
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