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GCMs suspeitos de integrarem milícia aliada ao PCC se entregam

Guarda Municipal dispersa usuários de drogas na rua dos Gusmões, na cracolândia, no centro de São Paulo (SP) Imagem: WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo e Colunista do UOL

07/08/2024 13h11Atualizada em 08/08/2024 15h33

O ex-guarda municipal Elisson de Assis, suspeito de integrar uma milícia aliada ao PCC na região da "cracolândia", se apresentou na terça-feira à Polícia Civil. Com prisão preventiva decretada, ele foi um dos alvos da megaoperação de ontem contra o crime organizado no centro de São Paulo.

O que aconteceu

O ex-GCM se apresentou na sede do 93º DP (Jaguaré) acompanhado por advogados. O processo de exoneração dele da corporação foi publicado hoje no Diário Oficial.

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Suspeito de chefiar o esquema, o GCM aposentado Rubens Alexandre Bezerra se apresentou nesta quarta-feira (8) à polícia. A investigação indica ainda que o armamento era repassado a mando dele para grupos criminosos. Rubens atuou como GCM entre 2003 e 2019. O UOL não localizou a defesa dele. Alvo de uma operação em março de 2023, Rubens Alexandre Bezerra tinha em seu celular mensagens contendo uma lista de pedidos de armas, segundo o MP. Segundo a apuração, ele negociava dispositivos com traficantes para que eles pudessem interceptar a frequência do rádio da PM e se antecipar às ações policiais.

No ofício, Corregedoria da GCM disse que continuou com apuração mesmo após arquivamento do MP em janeiro deste ano. Em nota, a Prefeitura de SP disse que já havia solicitado a prisão preventiva do agente em junho de 2023. O UOL não localizou os representantes legais dele.

Outros três suspeitos de integrar a milícia aliada ao PCC na "cracolândia" também tiveram prisão preventiva decretada. Grupo é acusado de extorquir comerciantes em troca de proteção.

Presos na segunda-feira, Antônio Carlos Amorim Oliveira e Renata Oliva de Freitas Scorsafava já foram afastados e o processo de expulsão está em andamento. Os representantes legais deles não foram localizados pela reportagem.

Prefeito de SP rebate denúncia sobre milícia

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, rebate denúncia de existência de uma milícia armada aliada ao PCC na região. O grupo paramilitar foi identificado na investigação, que resultou na prisão de dois guardas civis metropolitanos e identificação de outros dois ex-agentes foragidos. Eles são suspeitos de prestar serviço de segurança armada ilegal a comerciantes, prática cometida por milicianos.

Desconheço a existência de milícia no centro de São Paulo. Temos guardas que dedicam as suas vidas para defender o cidadão. Há o caso de dois GCMs que já foram expulsos. Faço questão de defender a corporação.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo

Após ação, foram abertas comunidades terapêuticas para atender usuários de drogas. Conforme o governador, há uma estrutura montada para os primeiros atendimentos, em ações que envolvem o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo.

O que se sabe sobre o caso

Investigação mira crimes como receptação de celulares roubados, envolvendo ferros-velhos e redes de hotéis. Os envolvidos são suspeitos de explorar mão de obra de usuários de drogas em troca de drogas. Ação investiga ainda o crime de lavagem de dinheiro em comércios usados a serviço da facção criminosa paulista.

Promotor cita violação de Direitos Humanos. Em entrevista coletiva, Lincoln Gakiya citou casos identificados de trabalho análogo à escravidão, trabalho infantil, prostituição e exploração dos próprios usuários de drogas na "cracolândia" em meio a uma investigação iniciada há mais de um ano.

Foram cumpridos mais de 200 mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro e bloqueio de bens e suspensão da atividade econômica. A operação contou com a participação de mais de 1,2 mil agentes, envolvendo PMs, policiais civis, agentes da PRF e equipes da Receita Federal.

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