Inmet emite alerta sobre tempo seco para várias regiões do Brasil
Do UOL, em São Paulo
21/08/2024 14h04Atualizada em 21/08/2024 14h09
A onda de calor que atinge vários estados no Brasil fez o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitir um alerta de tempo seco.
O que aconteceu
Umidade relativa do ar está entre 30% e 20% em Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins e partes do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Piauí, Maranhão, Pará e Rondônia. O recomendado é que a umidade fique entre 50% e 60%, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Alerta é de "grande perigo" para 427 municípios de São Paulo, Minas, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Há risco de incêndios florestais e à saúde (doenças pulmonares, dores de cabeça, etc), informou o Inmet. Alerta vale até as 17 horas de hoje.
Em uma faixa maior, que se estende do Paraná até o Piauí e Maranhão, há alerta de "perigo potencial" até amanhã às 19 horas. Neste caso, o risco à saúde é baixo, mas o Inmet recomenda a ingestão de líquidos e que as pessoas evitem a exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
O que acontece com o corpo quando o ar está seco?
Quando o tempo está muito seco, o ar que entra no corpo acaba ressecando todas as mucosas por onde passa. Ou seja, ele rouba a umidade do nariz, da boca, da garganta e até dos tecidos que revestem os brônquios no pulmão, explicou o pneumologista João Marcos Salge, do Grupo Fleury.
Essa situação é preocupante sobretudo entre pessoas que já convivem com doenças respiratórias, como asma, rinite ou bronquite. Tosse e sangramento nasal estão entre as possíveis repercussões para esses grupos. "É difícil falar em uma relação causal, isto é, que o tempo seco irá causar essas doenças, mas certamente é um gatilho para reações mais exacerbadas", esclarece o especialista.
Mesmo que não ocorra uma doença grave, o próprio desconforto de estar com tosse, a boca seca, a garganta 'arranhando' e o nariz sangrando já vale como alerta para tomar cuidados.
Pneumologista João Marcos Salge
Prevenção
Para evitar todos esses desconfortos, a dica mais importante é beber bastante água. Esse é o jeito mais fácil de as mucosas voltarem a ficar hidratadas após a transferência de umidade para o ar seco que entra no corpo.
Usar soro fisiológico também é uma ótima pedida. "A lavagem com o soro vai ajudar a umidificar a região nasal", explica o otorrinolaringologista Paulo Mendes Junior, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO). Ainda de acordo com o médico, fazer inalação com o líquido beneficia a garganta e o pulmão.
O umidificador é uma alternativa à inalação, mas deve ser usado com restrições. O médico lembra que manter o aparelho ligado o tempo todo em um ambiente pode umidificar demais paredes e estofados, por exemplo, facilitando o surgimento de mofo e ácaros.
Salge acrescenta ainda que quem coloca líquidos com fragrâncias no umidificador deve observar atentamente a fórmula dessas soluções, pois elas podem conter compostos alergênicos e piorar o desconforto. Outra sugestão rápida e fácil, lembram os especialistas, é colocar um balde com água ou uma toalha molhada no quarto, deixando-a evaporar pelo ambiente.
*Com informações de Estadão Conteúdo