IBGE: 160 mil pessoas vivem em domicílios improvisados no Brasil
Mais de 160 mil pessoas vivem em moradias improvisadas no Brasil. O IBGE divulgou nesta sexta-feira (6) informações sobre pessoas que vivem em tendas, barracas e demais domicílios precários. É a primeira vez que o IBGE divulga dados dessa natureza no âmbito do Censo.
O que aconteceu
Em 2022, 160.485 pessoas residiam em domicílios improvisados no Brasil. O número representa 0,08% da população brasileira, de cerca de 203 milhões de pessoas, mas expõe a precariedade das moradias de milhares de pessoas no Brasil.
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Do total, 57 mil pessoas viviam em tendas ou barracas, segundo o IBGE. Conforme o Censo 2022, 35,3% de toda a população que reside em local improvisado vivem nesta modalidade.
Nem todos os indivíduos que vivem em barracas estão em situação de rua, pontua o instituto. De acordo com o órgão, há uma fatia de trabalhadores do garimpo, por exemplo, que residem nesta situação.
Há quem more em logradouros públicos. Segundo o IBGE, 14.598 pessoas viviam em estruturas em praças, parques etc. Vale pontuar que o Censo não apura as pessoas em situação de rua, especificamente.
Mais de 43 mil pessoas vivem em estabelecimentos em funcionamento. Essa fatia, segundo o IBGE, pode representar pessoas que moram dentro de bares, restaurantes e outros comércios.
Pessoas vivendo em veículos. O levantamento do IBGE também traz dados sobre pessoas que residem em carros, caminhões e trailers, barcos e etc. Nesta condição viviam 1.875 pessoas em 2022.
Os dados divulgados nesta sexta fazem parte do levantamento "Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: resultados do universo".
- Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido: 56.600
- Dentro de estabelecimento em funcionamento: 43.368
- Estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada: 17.268
- Estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca: 14.598
- Outros domicílios improvisados, como abrigos naturais: 26.776
- Veículos: 1.875
Taxa de analfabetismo
Pessoas que residem em domicílios improvisados sofrem com maiores taxas de analfabetismo. Independentemente do tipo de moradia improvisada, as taxas são consideravelmente superiores às da população brasileira em geral.
A taxa de analfabetismo entre pessoas que residiam em tendas ou barracas era de 22,3%. O número é muito maior que a taxa entre a população geral, de, em média, 7%.
Entre as mais de 14 mil pessoas que viviam em estruturas em logradouros públicos, a taxa era de 16%. Número semelhante à taxa de analfabetismo entre pessoas que vivem em abrigos naturais e outras estruturas improvisadas, 15,9%.