Conteúdo publicado há 1 mês

Psicólogo é preso após ser filmado beijando paciente à força, diz polícia

Um psicólogo de 47 anos foi preso em flagrante nesta quarta-feira (25) após ser filmado violando sexualmente uma paciente durante uma consulta no Paraná.

O que aconteceu

Alex Sandro de Lourenço foi filmado por vizinhos que moram ao lado do consultório, em Ponta Grossa (PR). Os denunciantes tinham visão do interior da sala e registraram o crime sendo cometido, explicou o delegado Fernando Vieira.

Imagens estão sob sigilo, mas conteúdo foi detalhado pelo delegado. Nas imagens, que estão sob sigilo, o psicólogo aparece encostando a paciente na parede e a beijando contra a vontade dela, detalhou a polícia.

Detalhes sobre a vítima, como nome e idade, não foram revelados. O profissional nega o crime.

Paciente estava sendo atendida quando foi vítima. "Eles [os vizinhos] contaram que havia uma jovem sendo atendida e que em determinado momento, o psicólogo abraçava e a acariciava. Em duas oportunidades, ele a encosta na parede e a beija de forma demorada, um beijo lascivo ou roubado, como a gente chama. Segundo as testemunhas, ela não esboça reação", explicou o delegado.

Após gravar a cena, as testemunhas foram ao consultório falar com a paciente. Ela já estava no térreo do edifício onde funciona a clínica. Os vizinhos contaram à polícia que ela teria dito que precisava de ajuda após ser abordada. "Após ver que o psicólogo e ela tinham descido, os moradores que estavam filmando parte da consulta foram até o local. Foram eles que acionaram a Polícia Militar", contou Vieira.

A jovem estava "muito nervosa" e foi socorrida. À PM, ela relatou que estava realizando um tratamento e, no meio da sessão, o psicólogo perguntou se poderia abraçá-la. Ela explicou que ele a jogou contra uma parede e a beijou à força.

O psicólogo foi embora e não esperou a viatura da PM chegar. Segundo o delegado, logo após deixar o consultório, ele telefonou para a mãe da paciente e negou todas as acusações. Lourenço foi preso em flagrante na noite de ontem, em casa.

O caso foi tipificado como violação sexual mediante fraude. Vieira explicou ainda que, no interrogatório, o suspeito negou os crimes e alegou que foi a paciente que tentou beijá-lo. Para o delegado, as imagens feitas pelos vizinhos provam o contrário.

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Ele caiu em contradição. Disse que ela tinha desejo nele, mas não é o que as imagens mostram. Ele também afirmou que é comum esse tipo de situação, apesar de a gente saber que não é. Notamos também que ele apagou as mensagens que havia enviado para paciente. Disse que era uma prática comum por causa do sigilo. Mas ele deletou os registros muito rapidamente.
Fernando Vieira, delegado da Polícia Civil do Paraná

O advogado do psicólogo afirmou que a defesa refuta veementemente as acusações. "Durante o curso das investigações demonstrará que o que foi relatado na noite de ontem não representa a realidade dos fatos", esclareceu o advogado José Mauricio Barros Junior. O psicólogo ainda passará por audiência de custódia, que vai definir se ele segue preso ou não.

Vizinhos decidiram gravar após presenciarem cenas semelhantes

Em depoimento, os vizinhos contaram que decidiram gravar a cena porque já haviam visto cenas semelhantes em outras ocasiões. "Eles mostraram vídeos antigos em que o profissional recebe sexo oral e também beija outra mulher. A gente não pode afirmar se eram pacientes ou companheiras dele", destacou o delegado.

Vizinhos entregaram todas as gravações feitas. Possíveis casos de abuso serão investigados pela Delegacia da Mulher. "Vamos apurar para descobrir quem são essas mulheres e se os casos foram consentidos ou não", concluiu o delegado.

O CRP-PR (Conselho Regional de Psicologia do Paraná) informou que o profissional tem inscrição secundária ativa no CRP-PR. A inscrição secundária é quando o profissional atua mais de 90 dias ao ano em outro estado, que não o de origem. No caso, o Alex Sandro Lourenço tem inscrição principal no CRP do Rio Grande do Sul, e a secundária no CRP-PR.

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O órgão afirmou que a instituição possui procedimentos de apuração de denúncias em trâmite. "Os procedimentos, que correm em sigilo por força de legislação, podem resultar em penalidades diversas, incluindo a cassação do registro profissional. Todos os esforços serão empenhados para colaborar com as autoridades dentro das atribuições legais deste Conselho", diz nota enviada ao UOL.

Não tolere violência, saiba como procurar ajuda

O Ligue 190 é o número de emergência indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. A Polícia Militar poderá agir imediatamente e levar o agressor a uma delegacia.

Também é possível pedir ajuda e se informar pelo número 180, do governo federal, criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.

O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo WhatsApp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008.

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