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OpiniãoCotidiano

'Cena de guerra', diz proprietária de bar afetado por apagão em SP

O apagão que ainda afeta mais de 500 mil imóveis nesta segunda-feira (14) em São Paulo gerou uma "cena de guerra" e ao menos R$ 40 mil de prejuízo, disse a empresária Stefania Gola, proprietária do bar Ó do Borogodó, na zona oeste da cidade, ao UOL News de hoje.

A energia caiu durante o temporal de sexta-feira (11) à noite, por volta de 19h30. A previsão inicial de retorno em poucas horas se prolongou, afetando o funcionamento do bar e o deslocamento dos funcionários. A energia só voltou no sábado à noite, após uma sequência de previsões frustradas.

Era realmente uma cena de guerra, porque não havia iluminação pública na Rua Cardeal Arcoverde, nem na nossa rua [Horácio Lane]. O prédio ao lado também estava sem luz. Era uma escuridão total.

Todo mundo saiu no escuro, na madrugada, com dificuldade para voltar para casa. Tenho colaboradores que moram em Francisco Morato, que é longe, e foi muito complicado.

Ficamos esperando a energia voltar. A previsão [já no sábado] era 13h, depois 17h, mas só voltou mesmo no fim da tarde. Mesmo assim, não conseguimos abrir o bar. Stefania Gola, proprietária do bar Ó do Borogodó

Prejuízo financeiro e perda de alimentos

Além das dificuldades operacionais, Stefania relatou o prejuízo causado pela perda de alimentos e bebidas devido à falta de refrigeração, além da impossibilidade de operar normalmente no fim de semana. O impacto foi ainda maior pelo fato de que o bar só abre em dias específicos, o que intensificou a perda financeira.

Perdemos um freezer inteiro com toda a comida, além da geladeira cheia de cerveja. Vamos descobrir o que mais foi perdido conforme formos vendendo, mas o choque de temperatura já causou grandes danos.

Ainda não tenho o valor exato do prejuízo, mas só o movimento do final de semana representaria cerca de R$ 40 mil, sem contar o que perdemos e o que terei que continuar pagando para a equipe.

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A sensação de falta de apoio das autoridades também foi um ponto de frustração à empresária, que tentou resolver a situação com a fornecedora de energia, a Enel, mas enfrentou dificuldades até para ser reconhecida como cliente.

Cheguei ao absurdo de, em algum momento, falar com a Enel, e eles me disseram que o meu número de instalação não existia. Eu disse: 'Maravilhoso, porque tenho a conta impressa na minha mão'. São cerca de R$ 2 mil por mês que pago de energia, e, de repente, eu simplesmente não existo. Stefania Gola, proprietária do bar "Ó do Borogodó"

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