MP denuncia PM à paisana suspeito de matar empresário em boate de SC
Colaboração para o UOL, em São Paulo
16/10/2024 15h35
O Ministério Público de Santa Catarina ofereceu denúncia contra um policial militar do estado suspeito de matar um empresário dentro de uma boate de Florianópolis no último dia 8. Além do agente, a promotoria também denunciou um segurança privado que trabalhava no local.
O que aconteceu
PM e segurança vão responder pela morte do empresário Thiago Kich de Melo, 28, assassinado a tiros. Na ocasião, o militar, identificado como Rafael Azevedo de Souza, estava de folga e fazia serviço de segurança armado na boate, o que é proibido pela Polícia Militar catarinense.
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Empresário foi morto após discussão motivada pelo valor da comanda, que era de R$ 1,8 mil. Na ocasião, segundo a denúncia, o segurança Jean Carlos dos Santos desferiu uma cotovelada no rosto de um amigo do empresário, que iniciou luta corporal com Jean. Nesse momento, enquanto outras pessoas agiam para apartar a briga, o policial atirou a curta distância e atingiu Thiago.
Promotoria afirma que o militar agiu de forma que dificultou a defesa da vítima. Na denúncia, oferecida à Justiça de Santa Catarina na terça-feira (15), o órgão destacou que o tiro atingiu "parte vital" do corpo do empresário, que morreu no local. Thiago foi baleado na região do tórax.
Segurança privado agiu com "meio cruel", afirma o MPSC. Após Thiago já ter sido baleado e está caído no chão, "Jean subiu na vítima e pisoteou sua cabeça, de forma cruel e reiterada, resultando na sua morte".
O UOL procurou a assessoria do Tribunal de Justiça de Santa Catarina para questionar se a denúncia foi recebida ou aceita e aguarda retorno. Se a resposta for enviada, esta matéria será atualizada.
Ao UOL, o advogado do PM, Victor Malheiros, disse "respeitar" a denúncia oferecida pelo MPSC. "A defesa tem ciência do oferecimento da denúncia, respeita o posicionamento do Ministério Público e confia no Poder Judiciário". A reportagem não conseguiu localizar a defesa do segurança. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
Thiago Kich de Melo, 28, foi morto por um disparo efetuado pelo policial. Após o ocorrido, o próprio militar comunicou o ocorrido ao seu superior e se apresentou voluntariamente, segundo a PM. O agente prestou depoimento na Polícia Civil e segue preso por determinação da Justiça do estado.
Corregedoria da Polícia Militar de Santa Catarina instaurou inquérito para apurar o ocorrido. O órgão quer determinar as circunstâncias em que o homicídio aconteceu e "identificar a possível incidência de crimes militares conexos". A corporação não quis se manifestar sobre o homem prestar serviços privados para a boate.
O corpo de Thiago Kich de Melo foi velado e sepultado na quarta-feira (9) no bairro Itacorubi. Ele morava com a mãe e não tinha filhos. Thiago era proprietário de uma empresa de lavagem automotiva e não possuía antecedentes criminais.