Aviões ficaram a 22 metros de bater em Congonhas em 2020, diz relatório
Duas aeronaves ficaram a 21,7 metros de bater no aeroporto de Congonhas (SP), em dezembro 2020, em ocorrência classificada como "incidente grave" pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A informação está em relatório publicado na terça-feira (29).
O que aconteceu
Aeronave que vinha do Rio recebeu autorização para pousar na mesma pista em que outro avião aguardava autorização para decolar para Salvador. Ao todo, 231 passageiros e 11 tripulantes estavam nos voos, que viajavam em 3 de dezembro de 2020. Ninguém ficou ferido.
Piloto do avião que estava prestes a pousar avisou o controlador de que havia outra aeronave na pista. O alerta veio do ERJ-195, da Azul. O outro avião eram um Boeing, da GOL.
Aeronaves chegaram a ficar a apenas 21,7 metros de distância vertical uma da outra — menos do dobro da altura do avião que estava solo. O Boeing tem 12,5 metros de altura na parte traseira, justamente o ponto por onde a parte dianteira da outra aeronave estava passando.
Avião estava a 225 km/h e tocaria o solo em seis segundos, quando iniciou procedimento para arremeter. A orientação para arremeter foi dada pela própria Torre de Controle de Congonhas, após o alerta dos pilotos.
Confirmando, tem uma aeronave na pista aí, controle?
14:42:23, piloto do avião que vinha do Rio, após receber autorização para pousar
Aborte, arremeta!
14:42:34, Torre de Controle de Congonhas
Arremetendo.
14:42:41, piloto do avião que vinha do Rio
Cenipa entendeu que "lapso de atenção" do controlador e falta de "varredura visual" da pista contribuíram para incidente. O controlador e o supervisor da operação foram afastados dos cargos e tiveram seus certificados de habilitação suspensos. O Cenipa não informou se eles tiveram autorização para voltar ao trabalho.
Controlador tinha 11 anos de experiência e disse que estava em bom momento profissional. Ao Cenipa, ele informou que o fluxo de trabalho era menor do que o comum no período, já que o mundo lidava com a pandemia da covid-19.
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