Oscar Maroni, fundador do Bahamas, tem Alzheimer e está em casa de repouso
Martina Colafemina
Colaboração para o UOL
09/11/2024 05h30
Oscar Maroni, 73, fundador do Bahamas Hotel Club, em Moema, zona sul de São Paulo, não se afastou dos negócios por vontade própria, e sim por questões de saúde.
O que aconteceu
Hoje ele está em uma casa de repouso enquanto os filhos Aratã, 38, e Aruã, 42, cuidam dos negócios. Os irmãos já tinham perdido a mãe para um câncer em 2021. "Foi muito rápido", conta Aratã.
Meu pai está com Alzheimer e com nível de demência 2 [quando há dificuldade de falar e resolver tarefas simples], está incapacitado. Ele sempre foi uma pessoa complicada: muito ativo, muito inteligente, sempre com o pé no acelerador. Depois do diagnóstico, a gente começa a perceber que os sinais já estavam ali há algum tempo, o próprio médico falou. Aratã Maroni
Antes do diagnóstico, que veio no final de 2023, alguns sintomas da doença tornaram difícil a relação entre pai e filhos. Os irmãos decidiram se afastar dos negócios da família após desentendimentos. "Fiquei completamente fora dos negócios por dois anos. Fui empreender com a minha esposa abrindo uma escola de oratória", diz Aratã. O mesmo aconteceu com Aruã, que deixou a administração do Bahamas no ano passado. "Estava muito confuso e insustentável", completa.
Aratã explica que se afastou dos negócios, mas não de sua família. Assim, ele percebia que as coisas não estavam indo bem com o pai, que não aceitava nenhum tipo de ajuda.
Os sintomas começaram a aparecer há uns cinco anos. Dava para perceber que meu pai, um homem que veio do nada, e que construiu tudo isso, não conseguia mais tomar decisões, coordenar uma reunião. Ele sempre foi uma pessoa difícil e como você vai falar para alguém que fez tudo o que ele fez que agora está errado? Aratã Maroni
Em 2023, a saúde de Oscar piorou muito, segundo os filhos. "Ele não podia mais dirigir, tomava só decisões erradas e começou a bagunçar a empresa inteira. Meu pai não aceitava ter uma cuidadora, não queria ninguém em casa com ele", conta Aratã.
Para não deixá-lo sozinho, os irmãos começaram a se revezar para ficar na casa do pai. "Os últimos seis meses de 2023 foram bem complicados e minha esposa estava grávida. Até que um dia ele tomou um tombo, teve um coágulo na cabeça, precisou passar por uma cirurgia e ficou uma semana na UTI", lembra o filho mais novo.
Depois do episódio, os irmãos exigiram que o pai fizesse acompanhamento médico com um neurologista. Foi quando veio o diagnóstico de Alzheimer. Ele está em uma casa de repouso desde então. "Hoje, a gente tem a responsabilidade moral e legal de cuidar do patrimônio dele", diz Aratã.