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Qual é maior: Paraisópolis ou Heliópolis? Como funciona o ranking

Heliópolis e Paraisópolis, favelas de São Paulo, têm tamanhos geográficos e populações diferentes Imagem: Rubens Chaves/Folhapress e Espaço do Povo Paraisópolis

Do UOL, em São Paulo

09/11/2024 05h30

Heliópolis e Paraisópolis, em São Paulo, estão na lista das favelas com mais habitantes do Brasil. A depender do ponto de vista, as duas podem ostentar o título de maior favela da capital.

O que aconteceu

Em quesito populacional, Paraisópolis é a maior favela de São Paulo. Ela tem 58.527 habitantes, segundo a pesquisa "Favelas e Comunidades Urbanas: Resultados do universo", divulgada pelo IBGE nessa quinta-feira (7), com dados do Censo 2022. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a área total da favela é de 1 milhão de metros quadrados.

Heliópolis, por sua vez, é a favela com o maior território do estado. Segundo estimativa da Associação de Moradores local e dados da Prefeitura de São Paulo, a favela ocupa uma área de 1,2 milhão de m². O número de moradores é de 55.583, segundo o Censo.

Em número de pessoas, Paraisópolis é a 3ª maior favela do Brasil. Heliópolis, por sua vez, fica no 6º lugar.

O estado de São Paulo tem outras duas favelas no ranking de mais populosas do país. Com 26.835 moradores, a favela do Chafik/Macuco, em Mauá, está na 19ª colocação; a Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo, com 28.466, fica no 17º lugar.

Mais de 12 mil favelas no Brasil

Havia 12.348 favelas em 655 municípios do país em 2022, de acordo com o IBGE.

No país, 16.390.815 pessoas moram em favelas. O número representa mais de 8% da população brasileira, de cerca de 203 milhões de habitantes. Em 2010, moradores de favela eram 6% da população, totalizando 11.425.644 pessoas. Houve um aumento de quase cinco milhões de habitantes entre os dois levantamentos.

São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Bahia são os estados com mais habitantes em favelas do Brasil. De acordo com o Censo, somados, os estados têm mais de 8,5 milhões de habitantes nestes locais.

Esta é a primeira vez desde 1991 que o IBGE utiliza o termo "favela" para a pesquisa. O instituto deixou de utilizar o termo "aglomerado subnormal" para se referir a esses territórios para evitar a conotação negativa e estigmatizante do antigo termo e reconhecendo essas áreas como espaços de moradia e de vida.

O aumento considerável nos números reflete a melhoria de condições e recursos para a captação dos dados, diz o IBGE. Portanto, o Censo 2022 teve mais sucesso em registrar informações de moradores destes locais.

As melhorias do Censo 2022 nas Favelas e Comunidades Urbanas resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. os resultados de 2022 são os melhores resultados obtidos frente a melhorias tecnológicas e metodológicas na identificação dos recortes territoriais de Favelas e Comunidades Urbanas.
Letícia Gianella, mestre em geografia e pesquisadora do IBGE

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