Ministro diz que ataque contra assentamento do MST foi 'fruto de ódio'
Do UOL, em São Paulo
13/01/2025 19h23
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que o ataque a membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), no interior de São Paulo, foi fruto de ódio e pode ter sido financiado por empresas ou políticos da região. A declaração foi feita durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (13). A polícia investiga o caso.
O que aconteceu foi fruto do ódio ao MST e contra a luta pela reforma agrária e da pregação do uso de armas. Esses dois discursos se confluíram neste fim de semana. Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira
Cerca de 30 homens apareceram no local em cinco carros e atiraram. Valdir do Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, tida como referência no movimento, foi morto com vários tiros na cabeça. Também morreu no local Gleison Barbosa de Carvalho, 28. Ao todo foram dois mortos e seis feridos, um deles permanece em estado grave.
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Os feridos foram levados ao Hospital regional do Vale do Paraíba - Sociedade Beneficente São Camilo, de Taubaté, e ao pronto-socorro. Eles têm entre 18 e 49 anos.
Na sexta-feira, às 17h, um grupo foi até o assentamento dizendo que 'esse lote é nosso'. E os assentados que estavam vigiando o lote disseram que 'não, esse lote será destina à Reforma Agrária. E eles, às 20h voltaram com cerca de trinta pessoas, com armas pesadas e nem conversaram, balearam os assentados que ali estavam.
Os assentados nos relatam que foram procurados por uma imobiliária e que uma das pessoas que os abordou, às 17h, tinha autorização de vereador. E, nos relatos, eles dizem que o aparato dele não era pequeno. Foram cinco carros, cinco motos e gente com arma demonstra que houve um financiamento para essa operação. Então, é importante desvendar os interesses por trás: quem mandou? Quem financiou? Quais as relações com o poder político local? Qual é a relação com o setor imobiliário? Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira
Alguns integrantes dormiam no momento do ataque
O boletim de ocorrência cita disputa por terras na região. Gilmar Mauro, membro da coordenação nacional do MST, afirma que havia cerca de 20 pessoas no local para garantir que a área não fosse invadida ilegalmente durante o processo de regularização de um lote que seria ocupado por uma família. No grupo, estavam crianças e idosos. Muitos deles dormiam quando o ataque ocorreu, por volta das 23h.
É uma região onde há uma pressão da especulação imobiliária muito intensa, articulada com políticos locais e milícias, para tomar alguns lotes. Há uma luta de resistência de bastante tempo.
Gilmar Mauro, membro da coordenação nacional do MST
Cerca de 45 famílias vivem na área, segundo apurou a reportagem do UOL. O assentamento é regularizado para o MST pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há 20 anos.
Josias: 'Não faz nexo Bolsonaro ir à posse de Trump'
No UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que não faz o menor sentido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ir à posse do presidente americano, Donald Trump, com ares de representante oficial do Brasil.
O Bolsonaro é hoje um ex-presidente da República indiciado pela Polícia Federal, por crimes variados. O mais grave deles é a tentativa de golpe. Não faz o menor nexo, nem institucional nem judicial, que ele vá à posse nos Estados Unidos com ares de representante do Brasil. [O pedido então] Deveria ser negado. Josias de Souza, colunista do UOL
No último sábado (11), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou o ex-chefe do Executivo mostrar o "convite oficial" que teria recebido para a posse de Trump. Moraes apontou que Bolsonaro apresentou, como convite que recebeu de Trump, um e-mail enviado para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por um endereço não identificado.
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