Empresa usava influenciadores para promover anabolizantes adulterados no RJ
Uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal e da Polícia Federal, foi realizada nesta terça-feira (14), visando desarticular uma quadrilha que fabricava e vendia anabolizantes pelo Brasil.
O que aconteceu
15 pessoas foram presas e 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Ministério Público aponta os crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e crimes contra as relações de consumo.
Segundo a polícia, os anabolizantes eram fabricados de forma clandestina e sem fiscalização das autoridades sanitárias. A instituição também afirma que os investigados utilizaram substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos na composição dos produtos.
Produtos eram vendidos livremente na internet. De acordo com o Ministério Público, os criminosos não informavam aos consumidores sobre os riscos à saúde, os induzindo a "comportamentos prejudiciais".
Investigação começou após comunicação dos Correios. Grandes remessas de substâncias anabolizantes foram identificadas pelo setor de segurança dos Correios e comunicadas à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor. Os investigados comercializavam as substâncias para clientes de todo o Brasil.
Marcas Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos foram identificadas pelo Ministério Público como parte do conglomerado envolvido. No Distrito Federal, a polícia apreendeu embalagens com as marcas Líder Pharmaceutics e Red Power. Polícia Civil do Rio de Janeiro não divulgou todas as marcas envolvidas nas investigações.
Polícia identificou movimentação de mais de R$80 milhões nas contas bancárias dos investigados. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias de todos os envolvidos.
Grupo patrocinava grandes eventos de fisiculturismo, atletas profissionais e influenciadores digitais. Estratégia era utilizada para alavancar as vendas dos produtos, segundo a polícia.
Influenciadores e atletas promoviam as marcas
Investigação prossegue para identificar revendedores, influenciadores e atletas patrocinados pelas marcas. De acordo com a polícia, eles chegavam a receber mais de R$10 mil mensais para promover as empresas.
Os influenciadores, entretanto, não constam como investigados ou alvos da operação da Polícia Civil.
Valquiria Lopes é uma das atletas que aparece nas redes sociais de uma das marcas investigadas. Com 181 mil seguidores no Instagram, ela já participou de conteúdos da Next. Em uma publicação, ela agradece a marca "pelo suporte". Em outra, a marca diz que a atleta irá representá-los em uma competição.
Quem também fez conteúdos para a Next é a atriz pornô Elisa Sanches. Ela tem dois milhões de seguidores no Instagram e participou de um podcast da marca.
Defesas
O UOL tentou contato com as marcas citadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Distrito Federal, mas não obteve retorno. As influenciadoras Valquiria Lopes e Elisa Sanches também foram procuradas, mas ainda não responderam aos questionamentos. O espaço permanece aberto.
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