Mulher mantida em cárcere privado pelo marido por 8 anos é resgatada no PR
Do UOL, em São Paulo
15/03/2025 19h02
Uma mulher foi resgatada ontem pela Polícia Militar em Itaperuçu (PR) após ser mantida em cárcere privado pelo marido por oito anos.
O que aconteceu
Investigação começou após a mulher enviar e-mail pedindo ajuda à Casa da Mulher Brasileira, segundo o aspirante a Oficial da PM-PR (Polícia Militar do Paraná) Alexandretti. "Essa denúncia chegou através da Casa da Mulher Brasileira, em que a vítima relata sofrer constantes agressões de seu marido e que ele a mantinha em cárcere privado, a privando de contato externo com outras pessoas sem o seu aval e sem a sua presença."
Mulher já havia deixado bilhete com pedido de ajuda em posto de gasolina. "Me ajude, moro no Itaperuçu. Sofro muita violência em casa.", dizia a nota.
A Polícia Militar foi até o posto, mas eles não tinham mais informações sobre a residência da mulher. Ontem, a polícia encontrou a residência, que fica em uma área rural da cidade.
De primeiro momento, a mulher negou as agressões. A polícia, então, pediu para que ela escrevesse em um papel para verificar a similaridade da letra dela com o bilhete deixado no posto de combustível.
Sem celular. Questionada pela polícia, a mulher disse que não tinha um aparelho e usava em conjunto com o marido.
Celular do filho foi usado para enviar o e-mail de denúncia. Segundo a polícia, o aparelho não tinha chip e nem WhatsApp, mas o e-mail registrado era o mesmo da denúncia enviada à Casa da Mulher Brasileira.
Mulher começou a chorar após admitir agressões. Entre as agressões, ela relembra que foi amarrada e até asfixiada.
Ela afirmou aos policiais que era vítima do marido há oito anos. Além disso, a residência tinha uma câmera voltada para a porta para ele monitorá-la e ver quem ia ao local.
Conivência de familiares. A mulher relatou que ele era acobertado por familiares e que eles eram coniventes com a situação, tanto com a agressão quanto com o cárcere privado.
Suspeito foi preso. Por não ter tido o nome revelado, não foi possível consultar a defesa dele. O espaço segue aberto para manifestação.
Vítima receberá suporte e proteção para garantir segurança. A polícia afirmou que ela ficou com medo de "represálias" por ter feito a denúncia.