Topo

Professora que acusa Silvio reage à entrevista dele ao UOL e pede provas

Do UOL, em São Paulo

21/03/2025 15h06

A professora Isabel Rodrigues, que em setembro de 2024 acusou o então ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) de violência sexual, publicou no Instagram, na noite de quinta-feira, vídeo em que responde à entrevista que ele deu ao UOL.

Isabel afirma que, durante a entrevista, Almeida faz "insinuações" de que ela teria feito a acusação por ser candidata a vereadora.

Ela pede que provas disso sejam apresentadas à Polícia Federal.

Relacionadas

Procurada pelo UOL, a defesa de Almeida disse que "apresentou diversas evidências de sua inocência e indicou testemunhas nos autos do inquérito".

Sobre o vídeo de Isabel, afirmou que "parece haver uma campanha pelo aniquilamento do seu direito de defesa".

No vídeo, Isabel Rodrigues afirma que, na época do suposto abuso, em agosto de 2019, foi desencorajada a denunciá-lo por ele ser "um homem de influência".

Ela conta que Almeida passou a mão na região íntima dela, sem consentimento, durante um almoço com colegas, em São Paulo. "As marcas da violência ainda estão no meu corpo", disse.

Isabel Rodrigues também afirma que tratou do caso com amigos próximos e na terapia.

Sobre o tempo passado entre o suposto ato e a denúncia, ela afirmou: "Não é nada fácil denunciar um homem de violência sexual, ainda mais um ministro de Estado".

Em agosto de 2019, Silvio e Isabel trabalhavam como professores. Ele foi empossado no ministério em janeiro de 2023.

Isabel Rodrigues criticou a cobrança para que a ONG Me Too Brasil apresentasse "provas" das denúncias feitas contra Almeida.

Conforme revelado pelo UOL, a ONG não apresentou à Polícia Federal detalhes das denúncias que teriam chegado lá, como datas e canais utilizados para a acusação.

Troca de delegadas

O inquérito que apura as acusações contra Silvio Almeida corre em segredo de justiça na Polícia Federal.

Isabel Rodrigues prestou depoimento contra o ex-ministro em 10 de setembro, por videoconferência.

Além da professora e da ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), que afirma ter sofrido importunação sexual de Almeida, outras duas mulheres prestaram depoimento.

Em dezembro, a delegada que ouviu as denunciantes, Luciana Matutino Caires, foi promovida à chefia da Divisão de Procedimentos Disciplinares da Coordenação-Geral de Disciplina da Corregedoria-Geral.

Ela foi substituída por Fernanda Corrêa de Freitas, que em fevereiro tomou o depoimento de Silvio Almeida.


Cotidiano