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Arthur do Val diz que se arrepende de voto em Doria e quer derrotar sistema

Luana Massuella

Colaboração para o UOL

02/11/2020 12h07

Arthur do Val, candidato do Patriota à Prefeitura de São Paulo, disse hoje que "é muito difícil elogiar" a gestão do governador de São Paulo João Doria (PSDB) e que não tem nada a elogiar sobre o trabalho do prefeito Bruno Covas (PSDB). "Eu, inclusive, votei no Doria e me arrependi, um cara que entrou lá falando que ia ser liberal", disse ele, durante sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, comandada pelo colunista do UOL Diogo Schelp e Camila Mattoso, editora do "Painel", da Folha.

O candidato criticou as decisões de Covas durante a pandemia do novo coronavírus, dizendo que sua gestão gastou "milhões de reais" para fazer "obra eleitoreira, que esconde radar para tirar dinheiro do trabalhador, para fazer arte na varanda durante a pandemia, contrata sem licitação, por R$ 10 milhões, uma empresa para filmá-lo, que sequer existe. Eu não tenho como elogiar esse cara", falou.

Segundo ele, São Paulo teve uma "quarentena muito branda e muito alongada", e questionou:

Será que ele [Covas] não está voltando as aulas nas escolas porque se não as pessoas vão perder o auxílio merenda? Será que isso seria uma compra de votos? Porque eu acho muito esquisito que a gente possa aglomerar em comícios, em tudo quanto que é lugar, e na escola não pode aglomerar.

Ele ainda criticou seus outros adversários na disputa pela prefeitura da capital. "Eu acho muito raso o candidato, como o Guilherme Boulos [PSOL], que se apresenta como só anti-Bolsonaro, tudo para ele é anti-Bolsonaro. O próprio Márcio França [PSB], que tudo para ele é anti-Doria. Eu tenho ideias próprias", disse Arthur do Val, afirmando ainda que Joice Hasselmann [PSL] vem "usando as palavras que eu uso".

Segundo Arthur do Val, ele é um candidato "diferente" que pretende derrotar o sistema, que ele diz ser uma "analogia com tudo isso que a gente vê aí", como "velha política".

Insinuação sobre Tatto e PCC

Na sabatina, Arthur do Val voltou a questionar a relação do candidato do PT, Jilmar Tatto, com o PCC (Primeiro Comando da Capital). "Eu realmente tenho tanta convicção do que eu estou falando que, eu, inclusive jogo a pergunta novamente: 'Qual que será a relação do candidato Jilmar Tatto com o PCC?'. É só uma pergunta, eu quero saber por que ele é amigo de infância do Pandora [Luiz Carlos Efigênio Pacheco, presidente da Cooper Pam], e por que, justamente quando ele foi secretário de transporte da Martha [Suplicy, PT], o Pandora, coincidentemente, ascendeu muito ali no que se chama 'máfia dos perueiros'."

A insinuação feita por Arthur do Val já havia ocorrido durante um debate da ConecTV, na semana passada, o que resultou em um pedido do Ministério Público Eleitoral de São Paulo à Polícia Federal para uma investigação sobre o ocorrido. Após o debate, um vídeo mostra Jilmar Tatto repreendendo Arthur do Val após a fala do candidato do Patriota.

'Queermuseu'

O candidato também comentou sobre a manifestação a respeito da exposição "Queermuseu", em 2017, em frente ao Santander Cultural, em Porto Alegre, em que esteve presente. A mostra havia sido cancelada após críticas de movimentos que diziam que o conteúdo fazia apologia à pedofilia.

"A minha postura foi de questionar as pessoas que estavam lá, do por que de se utilizar a autoridade do estado, da lei, para se abrir algo que uma iniciativa privada resolveu parar. Em nenhum momento eu apoiei censura", disse.

Questionado se ele se oporia à temática LGBTQ+ em espaços culturais de São Paulo, o candidato disse que "depende". "A gente não pode abrir de uma maneira ampla e falar que tudo pode ou que tudo não pode. Se você tiver um curador técnico, se você respeitar a classificação indicativa das obras, eu acho sim que nós temos que falar de cultura aqui em São Paulo e nos mais amplos aspectos."

Arthur do Val é empresário, youtuber, conhecido pelo pseudônimo de "Mamãe Falei", e um dos líderes do movimento MBL. Em 2018, foi o segundo deputado estadual mais votado de São Paulo.