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Nunes decide que seu vice será do PL, mas não anuncia nome

Nunes disse ter ficado "encantado" com o trabalho do coronel da PM Ricardo Mello Araújo (PL) na Ceagesp Imagem: Renato S. Cerqueira - 13/mai/2024/Estadão Conteúdo
Ana Paula Bimbati e Bruno Luiz

Do UOL, em São Paulo

19/06/2024 16h55Atualizada em 20/06/2024 00h29

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou hoje que seu vice na pré-candidatura à reeleição será do PL. Havia expectativa de que ele batesse o martelo pelo nome do coronel aposentado da PM Ricardo Mello Araújo (PL), mas a decisão não saiu.

O que aconteceu

Nunes se reuniu hoje com representantes dos 12 partidos aliados para discutir a indicação do coronel, feita pelo ex-presidente Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O encontro foi organizado por Tarcísio, que convidou os políticos para um jantar na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.

Ao final do jantar, Nunes anunciou apenas que houve consenso entre as siglas para que a vaga seja ocupada por alguém do PL. Isso frustrou as expectativas de que Mello Araújo fosse já apresentado como vice.

Tarcísio afirmou que ainda é preciso aparar arestas dentro do PL para que o coronel seja sacramentado. Apesar de ser o nome de Bolsonaro, Mello Araújo não é consenso na sigla.

A bancada do partido na Câmara Municipal de São Paulo divulgou nota defendendo que as vereadoras Rute Costa e Sonaira Fernandes, ambas do PL, sejam consideradas como opções. A ex-deputada federal Zulaiê Cobra (PL), mãe do secretário municipal da Casa Civil, Fabrício Cobra Arbex, também foi citada por Nunes como postulante à vaga.

O governador afirmou que vai conversar com Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, para arbitrar a questão. A ideia é que o vice seja anunciado publicamente na sexta-feira.

Tarcísio e o prefeito afirmaram também que conseguiram contornar a insatisfação do União Brasil em torno do nome de Mello Araújo. "Eu conversei com Milton Leite [presidente da Câmara Municipal] durante o jantar, e ele está fechado com o projeto [reeleição de Ricardo Nunes]", disse o governador.

O União é crítico da indicação de Mello Araújo e não mandou representantes para o jantar. Como mostrou o UOL, o partido ficou irritado por achar que o nome do coronel estava sendo empurrado "à força" às demais siglas. Leite almejava a indicação para a vice.

Mesmo com outros nomes na disputa pela vice no PL, Nunes indicou que Mello Araújo segue à frente no páreo, por reunir o endosso de Bolsonaro e Tarcísio. "Foi perguntando ali se alguém tinha alguma objeção. Ninguém tinha objeção", disse o prefeito.

Mais cedo, Nunes elogiou o ex-comandante da Rota. "Eu mesmo fiquei encantado [com o trabalho de Mello Araújo na Ceagesp]. Não dá para negar que merece, no mínimo, o nosso respeito", disse, em agenda pública.

Nunes afirmou que o coronel combateu a corrupção e a exploração sexual na companhia. "Tira aquela imagem só do comandante da Rota", disse.

O prefeito tem usado a escolha do vice para alfinetar seu adversário Guilherme Boulos (PSOL). A escolha de vice da chapa do psolista aconteceu por uma indicação direta do presidente Lula (PT). "Vamos fazer um ato importante da democracia, quando você reúne, discute, para chegar em um consenso", disse Nunes sobre o jantar de hoje.

Tem pessoas que achavam que [o nome de Mello Araújo] não era positivo e, quando tomaram conhecimento desse histórico, passaram a defendê-lo.
Ricardo Nunes

Chegada de Marçal à disputa

O anúncio da pré-candidatura de Pablo Marçal (PRTB) levou Tarcísio a defender o coronel. As pesquisas de intenção de voto mostram que parte dos votos bolsonaristas pode migrar para o coach.

Deputados bolsonaristas chegaram a se encontrar com Marçal nas últimas semanas. Bolsonaro, entretanto, desautorizou aliados a se encontrar com o coach e afirmou, após almoço com Nunes, que ele e o PL apoiam a reeleição do prefeito.

Datafolha divulgado em maio mostra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) empatado tecnicamente com Nunes, com 24% e 23%, respectivamente. No segundo pelotão, também há empate técnico — nele estão José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB), com 8% cada, Marçal, com 7% e Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União) com 4% cada.

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