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Hino neutro vira munição contra Boulos, que culpa organização do evento

Do UOL, em São Paulo

28/08/2024 11h34Atualizada em 28/08/2024 14h46

A execução do Hino Nacional em linguagem neutra, durante um comício do candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), virou munição contra sua campanha, que diz não ter solicitado ou autorizado a mudança da letra e culpa a organização do evento.

O que aconteceu

Boulos apagou o vídeo com o hino depois da má repercussão. Apenas na terça-feira (27) viralizou um vídeo de um comício do psolista com o presidente Lula (PT), no sábado (24), em que a cantora Yurungai muda a letra da música.

"Verás que es filhes teus não fogem à luta", cantou ela em vez de "os filhos", como a versão oficial. Em outro trecho, ela canta "des files deste solo és mãe gentil", em vez de "dos filhos deste solo és mãe gentil".

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Ex-presidente nacional do PSOL culpou a cantora por "lacrar". Ele diz que o "foco" da esquerda deveria ser na repercussão da entrevista de Boulos ao Roda Viva. "Não [focar em] pesquisa fake ou cantora que resolveu lacrar em cima do hino nacional e da nossa campanha. Foco, gente. FOCO!", escreveu Juliano Medeiros.

Em nota a campanha também culpou os organizadores do evento. "A campanha, em momento algum, solicitou ou autorizou a alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício no último sábado, 24, na Zona Sul da cidade", afirma.

O UOL tenta contato com a cantora —ela restringiu suas redes sociais após a repercussão do caso. A reportagem também pediu ao PSOL o contato da produtora, mas ainda não houve retorno.

A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional.
Campanha de Boulos, em nota

Lei diz que a letra do hino não pode ser alterada. "Em qualquer hipótese, o hino nacional deverá ser executado integralmente e todos os presentes devem tomar atitude de respeito", diz a Lei nº 5.700 de 1971, que prevê multa para alterações na letra ou na melodia e "execução de quaisquer arranjos vocais do hino nacional".

Adversários de Boulos exploram a polêmica

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o "hino nacional foi violado". "Isso não é apenas vergonhoso, é crime contra os símbolos nacionais, previsto na Lei 5.700. Vamos denunciar!"

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o X para compartilhar uma crítica de um seguidor. A postagem compartilha a informação de que o candidato do PSOL havia apagado o vídeo com o hino com os dizeres "a versão boulinhos paz e amor não tá convencendo". Bolsonaro apoia o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na campanha à reeleição.

Marina Helena, candidata a prefeita pelo Novo, também aproveitou para alfinetar. "Essa é a extrema-esquerda lulista que quer assumir a prefeitura de São Paulo: lacração, desrespeito e destruição de nossos símbolos nacionais mais sagrados", escreveu no X.

Ala da extrema esquerda, o PCO também ironizou. "E depois dizem que o PCO apoia o Marçal", escreveu a página do partido na mesma rede social.

Militantes de esquerda cobraram Boulos e citaram a postura da candidata Tabata Amaral (PSB). Eles afirmaram que, enquanto Tabata ataca o influenciador em vídeos que viralizam, Boulos estaria mais preocupado com linguagem neutra.

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