Sakamoto: É possível acabar com 'cracolândia', mas não cabe só a Tabata

O projeto de Tabata Amaral (PSB) de acabar com a 'cracolândia' em quatro anos é possível de ser cumprido, mas depende de um esforço conjunto de diversas esferas e não apenas da ação da Prefeitura de São Paulo, disse o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (5).

Tabata foi a segunda entrevistada na nova série de sabatinas promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. A deputada criticou o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e disse desconfiar de desvio de dinheiro que deveria ir para creches na cidade.

Possível, é. Especialistas colocam que, se você conseguir uma solução integrada, tratando os usuários como pessoas que estão doentes, demandam tratamento e precisam ser reintegradas socialmente, mas também asfixiando a ação do PCC e do tráfico na região, pode-se ter uma solução.

Para isso acontecer, demanda todos os órgãos atuando conjuntamente, e não apenas órgãos municipais. A promessa da candidata se baseia não apenas naquilo que ela pretende fazer. Lá atrás, na administração de Fernando Haddad, houve uma tentativa, mas foi muito longa e sofreu com a falta de articulação com outros entes federativos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Sakamoto, Tabata precisará de um grande esforço para reunir as diferentes esferas envolvidas em torno de um plano eficaz para acabar com a 'cracolândia'.

Esse é o grande problema. Não bastam apenas as ações do município, que são muito grandes. Mas também deve haver gestos fortes do governo do estado para asfixiar o crime organizado, do Ministério Público Estadual e do próprio governo federal para impedir o acesso e a chegada de drogas lá, fazendo um trabalho de inteligência.

Ou seja: é possível, mas não está na alçada de Tabata. Muita coisa depende de outros entes federativos para acabar com a 'cracolândia'. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Josias: Tabata mostra que tem proposta, mas não tem a menor chance

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Tabata Amaral (PSB) revela ter um plano de governo concreto para governar a cidade de São Paulo, mas tem poucas chances de ganhar a disputa pela prefeitura e colocá-lo em ação, afirmou o colunista Josias de Souza.

A sabatina mostra que Tabata tem proposta. Pode-se discutir se esta é viável e aquela não, mas ela tem um discurso muito bem posto e uma retaguarda impressionante. Ela compôs uma equipe que desconsidera o fator ideológico. Estão todos reunidos em torno de uma candidatura para colocar propostas em pé.

As propostas estão aí; evidentemente, algumas são questionáveis. Entre todas as opções do tabuleiro de São Paulo, é talvez a mais explícita em relação às propostas. Agora, ela não tem a menor chance, a despeito disso.

Estamos vivendo uma fase que aproxima muito 2024 de 2022, e até de 2018. É uma atmosfera absolutamente envenenada pela polarização. Tabata se ofereceu como alternativa de terceira via. Ela é explícita, diz que nem Lula, nem Bolsonaro vão governar São Paulo, e que é preciso construir uma alternativa de centro, que leve em conta os problemas da cidade e não a ideologia. Josias de Souza, colunista do UOL

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Opinião

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