De 'cala a boca' a cabeçada: as confusões em debates eleitorais
Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada ontem, durante o debate organizado pela TV Cultura. Mas esse não foi o primeiro embate acalorado entre candidatos —nem entre os dois, e muito menos na história das eleições do Brasil.
Peitando o rival
No debate Gazeta/My News, que aconteceu no início de setembro, Marçal usou a palavra "merda" e foi advertido. Na sequência, o candidato do PRTB começou a discutir com Datena, que saiu do seu púlpito, foi até o do rival e o peitou.
Denise Campos de Toledo, mediadora do debate, quase desceu do púlpito para conter o bate-boca. "Já estava havendo uma provocação de bastidores muito pesada dos dois lados", afirmou ela ao UOL no dia seguinte ao evento.
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Cabeçada em Teresina
Ainda neste ano, o debate da Band entre os candidatos à Prefeitura de Teresina (PI) também foi marcado por um momento inusitado: Dr. Pessoa (PRD), atual prefeito, deu uma cabeça no candidato Francinaldo Leão (PSOL).
Após responder a uma pergunta formulada por Leão, Dr. Pessôa se aproximou do adversário e deu uma cabeçada no seu rosto. Leão disse que estava sendo agredido, e Pessôa declarou que o rival estava cuspindo.
Padre de festa junina
Em 2022, no debate presidencial da Globo, a então candidata Soraya Thronicke (União Brasil) perguntou a Padre Kelmon (PTB) se ele tinha dado a extrema-unção para vítimas da covid-19. Ele não respondeu.
"Não deu extrema-unção porque é um padre de festa junina. Não sabe nem o que é direita ou esquerda", continuou ela. Entre as provocações, que se estenderam durante o embate, Soraya também questionou se Kelmon não tinha medo de ir para o inferno.
Celular arremessado
Logo após o término de um debate com candidatos ao governo de São Paulo em 2022, houve uma confusão envolvendo jornalistas e o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos). Garcia, que fazia parte da comitiva do então candidato Tarcísio Freitas, foi ao encontro da jornalista Vera Magalhães afirmando que ela é "uma vergonha para o jornalismo" e questionando o valor do seu contrato de trabalho.
Garcia assistia ao evento na plateia e desceu para confrontar a jornalista. O apresentador Leão Serva, que mediava o debate, intercedeu e retirou o celular da mão do deputado, que começou a gritar "jonazistas", enquanto era retirado pelos seguranças
Pressão baixa
Carlos Bolsonaro (PL), filho de Jair Bolsonaro, teve uma queda de pressão e passou mal no debate da Band em 2016. Ele iria responder uma pergunta feita pelo público quando ficou pálido e começou a enxugar o suor.
A também candidata Jandira Feghali (PCdoB), que é médica, se aproximou para socorrer o concorrente, mas logo em seguida se afastou. Quando o embate foi retomado, ela afirmou que Jair Bolsonaro não permitiu que ela atendesse Carlos.
Dilma também passou mal
Em 2014, a então candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) passou mal após o debate presidencial promovido pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan. Durante a entrevista ao vivo à repórter Simone Queiroz, do SBT, a presidente interrompeu a fala e sentou-se, dizendo estar passando mal, pedindo água.
Maluf x Marta
Paulo Maluf ficou conhecido por se exceder nos debates de que participou. Em um deles, em um embate com Marta Suplicy pela prefeitura de São Paulo em 2000, ele mandou que a então petista "ficasse quietinha". Marta rebateu e mandou Maluf "calar a boca".
Filhotes da ditadura
Em 1989, Leonel Brizola acusou Paulo Maluf de desequilibrado em um dos embates presidenciais. Depois da ofensa, se iniciou uma troca de farpas. A mediadora, Marilia Gabriela, chegou a pedir intervalo.
"Desequilibrado! Passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada. E, o pior, não esqueceu nada!", afirmou Maluf. Brizola rebateu e, ao ouvir risos da plateia, afirmou que todos eram "filhotes da ditadura".