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Cármen Lúcia pede eleição 'sem hostilidades nem desalentos insuperáveis'

Do UOL, em Brasília

05/10/2024 20h33Atualizada em 05/10/2024 20h47

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, pediu em pronunciamento em rede nacional na noite deste sábado (5) que os brasileiros e brasileiras caminhem juntos nestas eleições "sem hostilidades e nem desalentos insuperáveis".

O que aconteceu

Presidente do tribunal exaltou importância do voto e fez apelo pela pacificação. Fala à véspera do primeiro turno das eleições municipais é tradicional. Em seu discurso, a ministra lembrou que o direito de voto foi conquistado "para que a democracia prevalecesse" e que representa o momento de maior soberania do cidadão.

Ministra também pediu "tranquilidade e seriedade". Cármen Lúcia reforçou ainda que o voto é sigiloso e que a urna eletrônica é "segura, auditável e inquestionável". Ela disse ainda que o voto do eleitor "é a cidade que se constrói" e, ao final, pediu "únidade cívica" a todos os brasileiros.

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Cada eleitora e cada eleitor faz sua cidade, e cada cidade é o Brasil no qual caminhamos todos os dias. Do plural, fazemos a unidade cívica. Vamos caminhar juntos, atentos, sem hostilidades nem desalentos insuperáveis.
Presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, em pronunciamento em rede nacional

Violência eleitoral sem precedentes

Fala de Cármen Lúcia foi feita em meio à agressividade e violência sem precedentes nas disputas municipais. Eleições deste ano ficaram marcadas por episódios de violência. Levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral mostrou que as agressões contra lideranças políticas no estado de São Paulo quintuplicaram em relação à disputa de 2020. Foram 29 episódios de agressões neste ano, contra nove registrados na disputa municipal de quatro anos atrás.

Cadeirada e soco na cara. Na capital paulista, a disputa teve trocas de ofensas e até ataques físicos entre candidatos e entre auxiliares. Com estratégia agressiva e provocações usando fake news, o empresário Pablo Marçal (PRTB) protagonizou episódios que lhe renderam até uma cadeirada ao vivo em um debate.

Laudo falso e agressão. Em outra ocasião, durante um debate organizado pelos estúdios Flow, um assessor de Marçal agrediu com soco no rosto o marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima, que teve que ir para o hospital tomar pontos. Na reta final da campanha, Marçal ainda chegou a divulgar um laudo falso para insinuar que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, teria tido uma overdose de cocaína, o que foi desmentido. Em resposta, Boulos chegou a pedir a prisão de Marçal.

Confira a íntegra do discurso de Cármen Lúcia

"Senhoras e senhores, boa noite.

Gostaria de pedir, por favor, um pouco de sua atenção. Amanhã, 6 de outubro de 2024, é domingo de eleições municipais. Chegou a hora de votar para prefeito, vice-prefeito e vereador.

O voto é o gesto que guarda o seu ideal de cidade onde cada um vive e quer realizar seus sonhos. Voto democrático é espaço de liberdade individual para a construção social.

Nem sempre se pôde votar no Brasil. O voto foi conquistado para que a democracia prevalecesse, e ela é construída com a participação de todas as pessoas: os que pensam igual e os que pensam diferente.

A Constituição brasileira, que hoje completa 36 anos de vigência, contemplou-nos com o direito fundamental de votar para que essa democracia, baseada na soberania do povo, florescesse.

Em nenhum outro momento da vida política, cada cidadã, cada cidadão é mais soberano que na hora do voto, que tem o seu sigilo garantido pela urna, absolutamente segura.

Assim, cada pessoa escolhe o que lhe parece melhor.

Por isso, neste domingo, convido cada eleitora e cada eleitor a exercer o seu direito fundamental de participar, com tranquilidade e com seriedade, deste grande momento de escolha do seu representante na cidade.

Assim, cada um desempenhará o seu dever de cuidar de si e do outro, a fim de que, juntos, sejamos autores da cidadania comprometida e livre para o bem de todas as pessoas.

A Justiça Eleitoral trabalhou com afinco e engajamento total para que eleitoras e eleitores possam ir tranquilamente, entre as 8h da manhã e as 17h da tarde —horário de Brasília—, a seu local de votação e para que a urna, segura, auditável e inquestionável, acolha seu voto.

Ele será apurado, o resultado será proclamado e os eleitos serão empossados segundo o que a maioria do eleitorado decidir, como é próprio da democracia.

Cada eleitora e cada eleitor faz sua cidade, e cada cidade é o Brasil no qual caminhamos todos os dias. Do plural, fazemos a unidade cívica. Vamos caminhar juntos, atentos, sem hostilidades nem desalentos insuperáveis.

O seu voto é a cidade que se constrói.

Muito obrigada. Tenham um excelente domingo de eleições democráticas."

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