Belém terá 2º turno entre Igor Normando (MDB) e Delegado Éder Mauro (PL)
Márcio Padrão
Colaboração para o UOL, em São Paulo
06/10/2024 18h16Atualizada em 06/10/2024 19h09
Com 100% das urnas apuradas, está definido que Igor Normando (MDB) e Delegado Éder Mauro (PL) vão disputar o segundo turno nas eleições para a Prefeitura de Belém.
O que aconteceu
Igor Normando, 37, teve 44,89% dos votos válidos. Ele tem apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Foi líder estudantil e vereador em Belém.
Éder Mauro, 63, teve 31,48% dos votos válidos. Conhecido no Pará como Delegado, tem apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), aparece em 3º lugar. Ele obteve apenas 9,78% dos votos válidos.
Quem mais estava na disputa? Na sequência, Thiago Araújo (Republicanos), Jefferson Lima (Podemos), Italo Abati (Novo), Raquel Brício (Unidade Popular), Delegado Eguchi (PRTB).
Quem é Igor Normando
Já foi vereador em Belém. Nascido na cidade em 1987, foi vereador em 2012 e 2016 pelo PHS. Antes, em 2008, já havia sido vereador suplente. Atuou como secretário da Cidadania do estado entre 2023 e 2024.
Início da carreira política. Começou sua trajetória política aos 15 anos, atuando como diretor da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas e, depois, na União Nacional dos Estudantes. É conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos dos animais e possui formação em direito.
Primeiro mandato foi como deputado. Conquistou ainda vaga de deputado estadual do Pará em 2018 (pelo PHS) e 2022 (pelo Podemos).
É parente do governador. Ele é primo de Helder Barbalho e membro de uma família tradicional na política paraense, à qual também pertencem o senador Jader Barbalho (MDB) e o atual ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho (MDB).
Quem é Éder Mauro
É delegado e deputado federal. Nascido em Belém, em 1960, é conhecido pela trajetória de 30 anos na polícia, onde atuou como delegado de 1984 a 2014. Atualmente exerce o cargo de deputado federal pelo Pará. Ele ganhou notoriedade em 2020 ao usar R$ 102 mil de sua cota parlamentar para alugar lanchas.
Carreira política começou no Legislativo. Iniciou a vida política em 2014, quando foi eleito deputado federal. Foi reeleito em 2018, atuando nas comissões de Constituição e Justiça, Direitos Humanos e Segurança Pública, além de ser vice-líder do PL.
Acusação de tortura e posição antipetista. É membro da chamada bancada da bala e defende a flexibilização das leis sobre armamento civil. Votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e apoiou as reformas do governo Michel Temer (2016-2019). Em 2013, ele e outros cinco policiais foram acusados de torturar e forjar um flagrante de extorsão contra uma mulher. No mesmo ano, foram absolvidos por falta de provas.
Acusações de quebra de decoro. Em 2015, enfrentou acusações de manipulação de vídeos para prejudicar o então deputado Jean Wyllys, mas o processo foi arquivado. Recentemente, votou pela soltura do deputado Chiquinho Brazão (ex-União Brasil), acusado de ser mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).
Desafios para governar Belém
Segunda cidade mais populosa da região Norte, com 1,5 milhão de habitantes, a capital paraense sofre há algum tempo com uma crise do lixo urbano. Um dos principais fatores do problema é o esgotamento do lixão de Aurá, na cidade vizinha de Marituba. Ele recebe as coletas de Belém e de municípios vizinhos, como Marituba e Ananindeua. Belém ainda lida com o desordenamento urbano, como efeito de políticas desenvolvimentistas na Amazônia; deficiências no saneamento urbano; e um sistema precário de transporte público.