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Em 212 cidades, candidato único pode ser eleito apenas com seu próprio voto

Em 212 cidades, eleições para prefeito já estão quase definidas Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

06/10/2024 05h30

A escolha para prefeito em 212 cidades do país está praticamente definida. Nesses municípios, só há um candidato para o cargo. Um único voto já pode garantir a vitória.

O que aconteceu

Cidades com candidato único representam 3,8% do total no Brasil. Com apenas um nome na disputa, o voto do próprio candidato já pode garantir sua vitória. As 212 cidades correspondem a 3,8% do total de municípios do país, que somam 5.569 localidades.

Em nenhum desses municípios haveria segundo turno. Para ter segundo turno, é preciso ao menos 200 mil eleitores, segundo o TSE. Isso não ocorre nos 212 municípios com candidatura única para prefeito.

Ao todo, cerca de 1,4 milhão de pessoas moram nessas cidades. Borá (SP) é a que tem menos moradores: 907. Já Batatais (SP) é a que tem mais: 58.402. A média populacional dessas cidades fica em pouco mais de 6.700 habitantes. Os dados são do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022.

Maior concentração no Sul e Sudeste. Nas eleições deste ano, o maior número de cidades com candidato único fica no Rio Grande do Sul (43) e Minas Gerais (41), seguidos por São Paulo (26), Goiás (20), Paraná (18) e Piauí (11). Com isso, há um número maior de cidades com candidato único nas regiões Sudeste (68) e Sul (66).

Quase metade dos candidatos já está na política. Dos 212 candidatos, 101 preencheram o campo "profissão" como prefeito, o que corresponde a 47% do total. Também constam na lista 23 empresários, 15 agricultores, oito administradores e oito servidores públicos, entre outros.

O dobro de cidades com um candidato em relação às eleições de 2020. No último pleito municipal, 106 cidades tiveram apenas um candidato a prefeito, conforme a CNM (Confederação Nacional dos Municípios).

O que explica? O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, considera a queda significativa e entende que pode estar relacionada aos "desafios crescentes" que desestimulam as pessoas a entrarem na disputa eleitoral, especialmente para a vaga de prefeito. "Não falo apenas da falta de recursos financeiros e de apoio técnico. As dificuldades incluem questões burocráticas e entraves jurídicos, que tornam a vida pública muito penosa na ponta", complementa.

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