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PSDB nem chega ao 2º turno e ficará sem prefeitos em capitais pela 1ª vez

José Luiz Datena (PSDB) ao lado de José Aníbal, candidato a vice e presidente do PSDB, em pronunciamento à imprensa neste domingo (6) Imagem: Laila Nery/UOL

Do UOL, em Brasília

06/10/2024 22h45Atualizada em 06/10/2024 22h50

O PSDB não elegerá nenhum prefeito nas capitais pela primeira vez desde sua fundação. Com os resultados deste domingo (6), o partido não chegou nem a enviar um candidato ao segundo turno.

O que aconteceu

O partido lançou candidatura majoritária em apenas sete capitais e perdeu em todas. Participou ainda da chapa em outras quatro capitais e também não teve sucesso em nenhuma delas. Em 2016, a sigla chegou a levar sete capitais. Em 2020, tinha quatro.

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As esperanças já eram baixas. Entre os sete concorrentes, só o deputado Beto Pereira (PSDB-MS), em Campo Grande, e o ex-prefeito Dário Berger, em Florianópolis, apareciam com chances de seguir na disputa. Eles acabaram em terceiro e quarto, respectivamente.

O partido já vinha em uma descendente desde os fracassos nas eleições gerais. Com o quarto lugar do vice-presidente Geraldo Alckmin (hoje PSB) em 2018 e a briga que implodiu uma candidatura em 2022, os tucanos perderam o controle de São Paulo depois de mais de duas décadas. Tarcísio de Freitas, dos Republicanos, foi eleito governador paulista. Viram ainda uma manada de prefeitos mudarem para outras legendas, em especial para o PSD de Gilberto Kassab.

Dos quatro eleitos em 2020, só um se mantém no partido. É Cínthia Ribeiro, de Palmas, que não fez sucessor. O ex-prefeito Bruno Covas, de São Paulo, morreu em 2021 de câncer e deu lugar a Ricardo Nunes (MDB), que rachou com parte do tucanato. Em Natal, Álvaro Dias trocou a sigla pelo Republicanos em 2022. Em Porto Velho, Hilton Chaves migrou para o União Brasil.

É a primeira vez em 12 anos que o partido não vai ao segundo turno de São Paulo. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) amargou o quinto lugar, com menos de 2% dos votos, na cidade que os tucanos já governaram três vezes e onde venceram nas duas últimas eleições.

Sete derrotas

Beto Pereira era a principal aposta para este ano. Nome do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele é tido como uma das —hoje raras— lideranças jovens do partido, ainda que tenha 46 anos. Acabou em terceiro, com 25%, atrás da prefeita Adriane Lopes (PP) enfrenta a dex-vice-governadora Rose Modesto (União), que se enfrentarão no segundo turno.

Berger, em Florianópolis, chegou a ficar em segundo lugar nas pesquisas, mas perdeu no primeiro turno. O prefeito Topazio Neto (PSD) confirmou o favoritismo e foi reeleito com 58%. O ex-senador acabou em quarto, com apenas 6%.

Em Palmas, a prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB) não conseguiu fazer sucessor. O deputado estadual Júnior Geo (PSDB) acabou em terceiro lugar, com 27%. A deputada estadual Janad Valcari (PL) e o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (PSD) se enfrentam no segundo turno.

Em Vitória, o partido tentou um nome tradicional. Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) foi um dos primeiros prefeitos eleitos pelo partido, em 1996. Ele até subiu nas pesquisas na reta final, com apoio do governador Renato Casagrande (PSB). Mas o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) se reelegeu com 56%.

Tucanos ficaram longe em Goiânia e Macapá. O jornalista Matheus Ribeiro ficou em quarto na capital goiana, que terá o segundo turno entre o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) e o ex-deputado Sandro Mabel (União). Na corrida para a prefeitura macapaense, a deputada Patrícia Ferraz (PSDB-AP) foi derrotada pelo atual prefeito Dr. Furlan (MDB) no primeiro turno.

Fim de duas décadas de poder em São Paulo. Após anos ameaçando lançar candidatura na capital paulista, Datena escolheu o PSDB para cumprir a promessa, mas, já nas pesquisas, não conseguiu ir além do quinto lugar. O resultado foi confirmado nas urnas. Ele obteve apenas 1,8% dos votos.

Força do partido vem se esfacelando no estado onde já foi o todo poderoso. O PSDB ganhou cinco eleições seguidas em São Paulo, que comandou de 1995 a 2022, com pequenos intervalos. Também chegou a ter o maior número de prefeituras.

Ganhou as duas últimas eleições na capital paulista. Em 2016, quando elegeu sete prefeitos, João Doria foi vitorioso já no primeiro turno, com 53% dos votos, contra 16% do prefeito Fernando Haddad (PT), que tentava reeleição. Em 2020, o ex-prefeito Bruno Covas, morto em 2021, que assumiu após renúncia de Doria, foi reeleito contra Guilherme Boulos (PSOL).

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