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Centrão domina metade das cidades; PL e Republicanos sobem e PT fica em 9º

Do UOL, em São Paulo

07/10/2024 05h30

O PSD, o MDB, o PP e o União Brasil, que compõem o Centrão, dominaram as eleições municipais, conquistando juntos mais da metade das prefeituras do país. O PL e o Republicanos tiveram os maiores crescimentos e ficaram em quinto e sexto. O PT também cresceu, mas terminou em nono.

Centrão eleito em mais de 50% das cidades

Juntos, PSD, MDB, PP e União Brasil elegeram mais de 3.000 prefeitos no primeiro turno. Isso corresponde a 54% das cidades do país. Os dados estão atualizados até 1h desta segunda-feira (7) e ainda podem mudar, mas não o suficiente para alterar os rankings partidários.

Os quatro principais partidos do Centrão cresceram em número de prefeituras. O maior aumento foi do PSD, de 35%. O MDB e o PP subiram 8%. Já o União Brasil disputou sua primeira eleição este ano. Foi criado em 2021 pela junção do DEM com o PSL. Considerando o resultado desses dois partidos nas eleições 2020, a alta do União Brasil em 2024 foi de 4%.

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Em alguns estados do país, a presença do Centrão passa de 80% das cidades. Em Alagoas, chega a 90%. Só o MDB venceu em 65 das 102 prefeituras alagoanas.

PSD se torna principal força municipal

O destaque no Centrão é o PSD, que elegeu o maior número de prefeitos no país e desbancou o MDB pela primeira vez em mais de duas décadas. De 2000 a 2020, o MDB (antes PMDB) ocupou a liderança. Este ano, lançou o maior número de candidatos a prefeito. Mas não conseguiu manter o posto e caiu para o segundo lugar.

O partido de Kassab está crescendo de forma contínua desde sua fundação, em 2011. Nas suas primeiras eleições municipais, em 2012, elegeu quase 500 prefeitos. Nas eleições seguintes, cresceu 8%, chegando a quase 540 prefeituras. Em 2020, subiu mais 18% e fechou em cerca de 650 prefeituras. Em 2024, subiu ainda mais, 35%, atingindo 878 prefeituras — até 1h desta segunda-feira.

A alta do PSD tem uma particularidade: 70% das prefeituras estão em só quatro estados: SP, PR, MG e BA. O PSD é hoje o principal partido de São Paulo, desbancando o PSDB. Também é o principal partido de Minas, superando o MDB. Já no Paraná e na Bahia, o PSD já tinha se sagrado líder em 2020 e manteve o posto este ano. O MDB e o PP, por outro lado, têm uma presença mais distribuída pelos estados brasileiros.

PL e Republicanos são os que mais cresceram

O PL, partido de Jair Bolsonaro, cresceu 49% em número de prefeitos. Este ano, elegeu 510 pessoas para o comando das prefeituras. Em 2020, pouco mais de 340. Apesar do crescimento, a sigla passou longe da meta que tinha estabelecido para si própria, de eleger mil prefeitos. Era um plano ambicioso. O partido lançou 1.400 candidatos. Seria preciso que sete de cada dez vencessem.

O resultado colocou o PL como a quinta maior força municipal do país. Seu melhor resultado no primeiro turno foi a reeleição do prefeito de Maceió. O partido também é o que mais vai disputar o segundo turno, em 23 cidades. Entre elas: Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Goiânia, Cuiabá, Aracaju, João Pessoa e Palmas.

São Paulo e Santa Catarina são os principais redutos do PL. Em São Paulo, o partido conseguiu 102 prefeituras. Em Santa Catarina, 90.

O crescimento do PL nos municípios ocorre após a ida de Bolsonaro para a sigla. O ex-presidente se filiou ao partido em 2021, levando consigo outros candidatos bolsonaristas. Em 2022, concorreu à reeleição pelo partido e foi derrotado. Mas naquele ano o PL elegeu a maior bancada para a Câmara dos Deputados. Isso rendeu ao partido a maior fatia do Fundo Eleitoral para as eleições deste ano.

Já o Republicanos dobrou de tamanho (alta de 106%) e se tornou o sexto principal partido municipal. Elegeu 430 prefeitos no primeiro turno, contra pouco mais de 200 em 2020. De cada dez eleitos pelo Republicanos este ano, seis estão em quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Paraíba.

Ligado à Igreja Universal, o Republicanos já tinha dobrado de tamanho em 2020. Em 2022, o partido filiou Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo nas eleições daquele ano.

PT também cresceu, mas ficou em nono lugar

O PT aumentou seu número de prefeitos em 39%, revertendo parte da queda que registrava desde a Lava Jato. Em 2012, no primeiro mandato de governo de Dilma Rousseff, o partido conseguiu seu melhor resultado no primeiro turno: mais de 620 prefeituras. Já em 2016, sofreu um tombo de quase 60% e ficou com só 245 cidades. Em 2020, caiu mais 30%, chegando a menos de 180 prefeituras.

Foram eleitos 252 prefeitos petistas no primeiro turno de 2024, colocando a sigla em nono no ranking de partidos. As vitórias mais importantes da sigla foram em Contagem e Juiz de Fora, ambas em Minas. O PT também vai disputar 13 segundos turnos — o segundo maior número, só atrás do PL. Entre as cidades, Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá.

PSDB tem seu pior resultado

O PSDB perdeu 48% das cadeiras e elegeu prefeito em apenas 276 cidades. É o pior número do partido. De 2004 a 2016, o PSDB foi a segunda maior sigla do país em número de prefeitos. Seu auge foi em 2016, com quase 790 vagas no primeiro turno — cerca de 240 delas só em São Paulo.

Foi em 2020 que o partido começou a afundar, mas ainda encontrou sobrevida em São Paulo. Metade dos votos tucanos naquele ano foram no estado. O partido conseguiu colocar Bruno Covas no segundo turno da capital e eleger quase 180 prefeitos em outras cidades paulistas.

Já 2024 marcou a derrocada do PSDB também em São Paulo: passou de primeiro para oitavo lugar no estado. Além do resultado pífio na capital (1,84% de José Luiz Datena), elegeu apenas 21 prefeitos nas demais cidades paulistas. Viu a liderança paulista ser assumida pelo PSD, seguida pelo PL. Juntos, os dois partidos tem 50% das prefeituras do estado. Em seguida, está o Republicanos. Depois, MDB, PP, União, Podemos. E só então o PSDB.

PDT é o partido que mais caiu

O PDT teve uma queda ainda maior que a do PSDB, reduzindo sua presença municipal pela metade. Em 2020, elegeu cerca de 310 prefeitos. Em 2024, 148. Foi a maior queda entre os dez maiores partidos.

A derrocada do PDT ocorre após o rompimento entre os irmãos Ciro e Cid Gomes. A briga, ocorrida no ano passado, fez o partido implodir no seu principal reduto, o Ceará. Cid saiu do partido e levou consigo um grupo de prefeitos. Este ano, se filiou ao PSB.

O principal símbolo da derrota do PDT é o resultado da eleição em Fortaleza. O prefeito José Sarto (PDT), apoiado por Ciro, ficou em terceiro lugar. Teve menos de 12% dos votos. Foram para o segundo turno os candidatos do PL e do PT.

Também no interior do Ceará, o PDT minguou: só elegeu 5 prefeitos. Em 2020, foram 65, o que fez do partido o principal do estado. O espaço perdido pelo PDT foi ocupado neste ano pelo PSB — passou de 8 para 65 prefeituras cearenses no primeiro turno.

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