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Partido mais rico, PL de Bolsonaro promete mil prefeitos, mas elege 510

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto participam de evento do PL Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

07/10/2024 02h33

Partido com a maior fatia no Fundo Eleitoral, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a projetar a eleição de mil prefeitos em 2024, mas acabou emplacando quase metade do esperado: 510 eleitos.

O que aconteceu

O resultado nas urnas ficou abaixo do esperado. Até o fechamento desta reportagem, o PL havia eleito 510 prefeitos no primeiro turno, ocupando apenas a quinta posição. Ficou atrás de União Brasil (578), PP (743), MDB (847) e do grande vencedor, o PSD de Gilberto Kassab, que saiu vitorioso em pelo menos 878 municípios.

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O partido só venceu em duas capitais no primeiro turno. JHC levou em Maceió, com 83% dos votos, e Tião Bocalom se elegeu em Rio Branco com 54%.

Eleito no primeiro JHC (PL) é fotografado em evento de campanha em igreja de Maceió Imagem: Divulgação

O PL ainda pode melhorar seu desempenho. A legenda ainda vai disputar 23 prefeituras no segundo turno. Mesmo assim, não pode ultrapassar o União Brasil, quarto partido com mais prefeitos.

A legenda ainda terá a chance de levar nove capitais. O partido presidido por Valdemar Costa Neto vai disputar o segundo turno em Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM) e Palmas (TO).

Embora o PL seja o principal partido bolsonarista, a direita está dividida. "O partido não conseguiu fidelizar seus eleitores, mesmo com a maior fatia do Fundo Eleitoral", diz o cientista político Elias Tavares. "Outras siglas, como União Brasil, PSD, PP e MDB também disputaram com sucesso esse eleitorado, o que indica que os votos de direita estão mais atrelados a ideias e lideranças locais do que a um partido específico."

Além disso, eleições municipais têm uma dinâmica local, menos influenciada pela polarização nacional. Isso coloca em dúvida se essa divisão do campo da direita é uma característica passageira ou uma nova forma de organização que se repetirá em 2026.
Elias Tavares, cientista político

Partido mais rico

O ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e a presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro Imagem: Beto Barata/ PL

Ancorado no bolsonarismo, o PL saiu da eleição de 2022 como o maior partido da Câmara, ao eleger 99 deputados federais. Empolgada com o desempenho, a sigla projetou eleger ao menos mil prefeitos em 2024. A prioridade eram as cidades médias e grandes pelo interior do Brasil.

Para isso, a sigla fez uso do Fundo Eleitoral. Justamente por ter a maior bancada do Congresso, o PL teve à disposição R$ 887 milhões para gastar este ano, contra R$ 620 milhões do PT, o segundo partido com mais dinheiro. Ao todo, o fundão, como é conhecido, distribuiu R$ 4,9 bilhões aos partidos com representação no Congresso.

Até o dia 4 de outubro, o PL era a agremiação que havia gastado mais dinheiro na eleição: R$ 331 milhões. O valor é R$ 90 milhões superior ao do segundo maior gastador, o União Brasil, que distribuiu R$ 240 milhões entre seus candidatos.

O partido de Bolsonaro ficou no topo de gastos apesar de ter lançado menos candidatos que seus rivais. O PL dividiu o dinheiro entre 36 mil candidatos a prefeitos e vereadores —apenas a quinta sigla em número total de candidaturas. O MDB, na primeira posição, teve 44 mil nomes na corrida eleitoral.

Os gastos dos partidos

  • PL: R$ 331 milhões / Dinheiro público - 90%
  • União Brasil: R$ 240 milhões / Dinheiro público - 83%
  • MDB: R$ 223 milhões / Dinheiro público - 83%
  • PSD: R$ 222 milhões / Dinheiro público - 78%
  • PT: R$ 220 milhões / Dinheiro público - 90%
  • PP: R$ 151 milhões / Dinheiro público - 74%
  • Republicanos: R$ 141,5 milhões / Dinheiro público - 76%
  • PSB: R$ 101 milhões / Dinheiro público - 73%
  • PDT: R$ 93 milhões / Dinheiro público - 80%
  • Podemos: R$ 90 milhões / Dinheiro público - 81%

O PL vai disputar o segundo turno nas seguintes cidades:

  1. Palmas (TO): Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira (Podemos)
  2. Aracaju (SE): Emilia Correa (PL) e Luiz Roberto (PDT)
  3. Franca (SP): Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL)
  4. Jundiaí (SP): Parimoschi (PL) e Gustavo Martinelli (União)
  5. São José do Rio Preto (SP): Cel. Fabio Candido (PL) e Itamar (MDB)
  6. Santos (SP): Rogério santos (Republicanos) e Rosana Valle (PL)
  7. São José dos Campos (SP): Anderson (PSD) e Eduardo Cury (PL)
  8. Guarulhos (SP): Lucas Sanches (PL) e Elói Pietá (SD)
  9. Pelotas (RS): Marroni (PT) e Marciano Perondi (PL)
  10. Caxias do Sul (RS): Scalco (PL) e Adiló (PSDB)
  11. Canoas (RS): Airton Souza (PL) e Jairo Jorge (PSD)
  12. Niterói (RJ): Rodrigo Neves (PDT) e Carlos Jordy (PL)
  13. São João de Meriti (RJ): Leo Vieira (Republicanos) e Valdecy da Saúde (PL)
  14. Belém (PA): Igor (MDB) e Delegado Eder Mauro (PL)
  15. Santarém (PA): Zé Maria Tapajós (MDB) e JK do Povão (PL)
  16. João Pessoa (PB): Cicero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL)
  17. Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD)
  18. Cuiabá (MT): Abilio (PL) e Lúdio (PT)
  19. Goiânia (GO): Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União)
  20. Aparecida de Goiânia (GO): Leandro Vilela (MDB) e Prof. Alcides (PL)
  21. Anápolis (MA): Marcio Correa (PL) e Antonio Gomide (PT)
  22. Fortaleza (CE): André Fernandes (PL) e Evandro leitão (PT)
  23. Manaus (AM): David Almeida (Avante) e capitão Alberto Neto (PL)

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