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Candidato do PSD em Curitiba chama adversária de 'ventilador de fake news'

Eduardo Baszczyn

Colaboração para o UOL

16/10/2024 11h12Atualizada em 16/10/2024 12h03

O candidato do PSD à Prefeitura de Curitiba, Eduardo Pimentel, acusou a adversária, Cristina Graeml (PMB), de ter chegado ao segundo turno graças a uma campanha baseada em fake news, desinformação e agressividade. Ele participou, nesta quarta-feira (16), de sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo.

O que aconteceu

Pimentel chamou a candidata do PMB de "extremista" e disse que ela quer fazer uma gestão apoiada na divisão e no ódio. O vice-prefeito criticou a postura da adversária durante debate promovido pela Band, na segunda-feira (14), e chamou Cristina de "ventilador de fake news".

Ela só trouxe agressão. Ela não teve proposta. Ela traz ou desinformação ou fake news. Eu até fiz uma colocação no fim do debate e falei: 'Candidata, com todo respeito, eu não sei quando a senhora deixou de ser jornalista para ser um ventilador de desinformação e fake news'. Eduardo Pimentel (PSD), em sabatina UOL/Folha

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Ele evitou responder se considera a postura de Jair Bolsonaro na campanha em Curitiba uma traição. Na disputa, Graeml conta com apoio do ex-presidente, do PL —partido que, formalmente, compõe a chapa de Pimentel e tem como representante seu candidato a vice-prefeito, Paulo Martins. "Não é uma disputa por quem tem o apoio dele, é um encaminhamento claro do que aconteceu no primeiro turno com as coligações. Agora, independe o apoio que cada um tem. Vale o que cada candidato pensa, o histórico de cada candidato", respondeu. "É uma avaliação muito pessoal dele, prefiro não comentar", disse o candidato ao ser questionado sobre um vídeo gravado por Bolsonaro em apoio a sua adversária.

Pimentel afirmou que não pretende mudar a ideologia de nenhum eleitor e que representa uma escolha segura diante da falta de experiência da adversária. "Nós não podemos cair na aventura da inexperiência. Você querer aprender a ser prefeito no cargo de prefeito, você leva três anos. Até lá, a cidade quebrou; até lá, o empresário quebrou; até lá, a educação pública parou, faltou medicamento na unidade de saúde. Nós temos de ter muita responsabilidade neste momento", declarou.

A vinda da candidata ao segundo turno foi em cima de uma campanha que ela fez, nos últimos 15 dias principalmente, de muita fake news e desinformação. Me atacou agressivamente com desinformações, com mentiras e com ações que fizeram ela crescer. Agora, no segundo turno, nós estamos tendo a oportunidade de mostrar quem é quem. Independentemente de apoio político, agora vale o que cada um pensa, o que cada um tem de proposta para cidade de Curitiba.
Eduardo Pimentel

O candidato do PSD disse que pretende atrair votos que foram para a esquerda no primeiro turno com o diálogo. "Eu não sou, ela [Cristina] é uma candidata extremista. Eu sou um homem de diálogo. Fiz isso ao longo de toda a minha carreira pública, sempre recebi e respeitei a todos. Eu tenho minhas posições muito claras e firmes, mas sou uma pessoa do diálogo e não quero mudar a ideologia de ninguém. Ideologia não coloca comida na mesa, não abre vaga de creche, não coloca remédio na prateleira da unidade de saúde", afirmou.

A entrevista foi conduzida pelo jornalista Diego Sarza, com participações dos repórteres Rafael Neves, do UOL e Fabio Victor, da Folha. Cristina também foi convidada para sabatina, mas ainda não confirmou sua participação.

Propostas para Curitiba

O candidato do PSD prometeu, caso eleito, reduzir o valor da tarifa do transporte público —atualmente em R$ 6, uma das mais caras do país. A mudança deve ser feita a partir da nova concessão, prevista para setembro de 2025. Na mesma área, Pimentel se comprometeu a adotar tarifa pela metade, aos domingos e feriados, e a isenção de cobrança para quem está desempregado.

Consta de seu plano de governo também a construção de novas creches na capital e a contratação de vagas na rede particular. Ainda na área de educação, outra proposta prevê a criação de um vale-creche para famílias que recebem até três salários mínimos.

Ao falar sobre saúde, Pimentel defendeu as vacinas e voltou a atacar a adversária. Cristina prometeu, caso eleita, colocar a médica Raíssa Soares, conhecida como "Doutora Cloroquina" durante a pandemia, à frente da Secretaria de Saúde de Curitiba. "Sou totalmente a favor da vacina, da ciência. A vacina salva vidas (...) Eu vou defender campanhas de vacina na cidade toda. É um desrespeito o que a candidata Cristina está fazendo na saúde pública, trazendo pra cá a 'Doutora Cloroquina,' que foi demitida por isso", disse.

A disputa em Curitiba

Pimentel chegou ao segundo turno da eleição com 33.51% (313.347 votos). Ele disputa a prefeitura com Cristina, que obteve 31,17% (291.523 votos).

Formado em administração, ele entrou para a política em 2010, quando filiou-se ao PSDB e foi candidato a deputado estadual. Ocupou também a subchefia da Casa Civil do governo do Paraná.

Neto do ex-governador paranaense Paulo Pimentel, ele é vice-prefeito de Curitiba desde 2017. A chapa Rafael Greca-Pimentel foi reeleita nas eleições de 2020, quando o vice-prefeito trocou o PSDB de Beto Richa pelo PSD de Ratinho Junior, garantindo o apoio do atual governador a Greca.

Pimentel também foi sabatinado pelo UOL e pela Folha, em julho, antes do primeiro turno. Ele fez parte do primeiro ciclo de entrevistas, que ouviu candidatos de 18 cidades do país.

Sabatinas do segundo turno

Além de Curitiba, fazem parte da nova série de sabatinas do UOL e da Folha outras quatro capitais. Na terça-feira (15), o atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), abriu o ciclo. Na sexta (18), às 15h, será a vez de seu adversário, o deputado estadual Bruno Engler (PL).

Ainda serão entrevistados candidatos que disputam o segundo turno em Fortaleza, Porto Alegre e São Paulo. As sabatinas são sempre ao vivo, com transmissão pela Internet, nos sites e nos perfis das redes sociais do UOL e da Folha.

O segundo turno das eleições municipais ocorre no dia 27 de outubro. Ele será realizado em 51 municípios do país —sendo 15 capitais.

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