Gestão Bolsonaro foi melhor que Lula, diz pré-candidato do PSD em Curitiba

O pré-candidato citou como um dos pontos positivos do governo anterior o que chamou de "cuidado com os municípios". Ele destacou o apoio que a capital paranaense recebeu do governo federal para a área de transporte. "Tivemos um investimento importante que foi a gratuidade do transporte para os idosos. Pela primeira vez na história, o governo federal entrou com o apoio no suporte à manutenção do transporte coletivo", disse.

Pimentel minimizou as recentes críticas feitas pelo prefeito Rafael Greca (PSD) à atuação de Bolsonaro durante a pandemia. Em evento em homenagem ao ex-governador de São Paulo João Doria, na semana passada, Greca lembrou que foi preciso "lutar contra as trevas do mal e da morte, que desvalorizavam a vida e banalizaram um momento grave, desqualificando-o como gripezinha". Questionado, o pré-candidato não respondeu se a declaração pode atrapalhar o seu palanque. "Cada um tem as suas opiniões pessoais e eu as respeito", afirmou.

É do PL de Jair Bolsonaro que pode vir o nome do vice na chapa de Eduardo Pimentel. O nome mais cotado para o cargo é o do ex-deputado federal Paulo Martins. "É um nome que me agrada. Eu gosto do estilo de trabalho dele, que agrega bastante", disse o pré-candidato, sublinhando, porém, que a fase ainda é de conversas e que os anúncios oficiais devem ser feitos até o próximo sábado (20).

Durante a sabatina, Pimentel definiu-se como um candidato de centro-direita e afirmou que tem o combate à corrupção como principal bandeira. Disse ser "uma honra" contar com o apoio do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) e elogiou os trabalhos da Operação Lava Jato. "Se houve excessos ou não, a Justiça está corrigindo, ou não, no decorrer dos trabalhos das investigações. Mas ela teve um avanço muito forte no combate à corrupção".

As propostas

Pimentel garantiu que a privatização de alguns setores do ensino municipal, nos moldes da ideia do governador Ratinho Júnior (PL), não consta de seu plano de governo. Ele também defendeu o uso de câmeras corporais nos uniformes da Guarda Civil e disse ser contrário à terceirização de unidades de saúde.

Em outra área, reconheceu o valor alto da tarifa de transporte coletivo em Curitiba —atualmente em R$ 6—, mas justificou os custos com a "qualidade do serviço". "É a tarifa que a gente consegue colocar para a população poder andar no transporte coletivo integrado e de qualidade. Vou trabalhar sempre para diminuir o custo da tarifa", disse, sem detalhar como isso vai ser feito.

Eduardo Pimentel não tem em seu plano de governo projetos direcionados à inclusão da população negra. Ele explicou que "não vê as pessoas por cor ou raça e que todas devem ter as mesmas oportunidades". O pré-candidato chamou os anos de escravidão de "um período muito difícil". "Lamento muito. Sou totalmente contra a escravidão", disse no encerramento da entrevista.

Formado em administração, Pimentel entrou para a política em 2010, quando filiou-se ao PSDB e foi candidato a deputado estadual. Ocupou também a subchefia da Casa Civil do governo do Paraná.

Neto do ex-governador paranaense Paulo Pimentel, ele é vice-prefeito de Curitiba desde 2017. A chapa Greca-Pimentel foi reeleita nas eleições de 2020, quando o vice-prefeito trocou o PSDB de Beto Richa pelo PSD de Ratinho Junior, garantindo o apoio do atual governador a Rafael Greca.

Eduardo Pimentel lidera, até o momento, a corrida eleitoral em Curitiba, segundo sondagem divulgada pela Paraná Pesquisas. Ele conta com 24,1% das intenções de voto. A segunda colocação é marcada por uma disputa acirrada entre Luciano Ducci (PSB), com 14,9%, Ney Leprevost (União Brasil), com 13,6%, Roberto Requião (Mobiliza), com 12,4% e Beto Richa (PSDB), com 10,1%.

Ciclo de sabatinas UOL e Folha

A sabatina foi conduzida por Diego Sarza, com participações dos jornalistas Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e Catarina Scortecci, da Folha de S. Paulo. Na terça-feira (16), eles também entrevistaram o pré-candidato do União Brasil à Prefeitura de Curitiba, Ney Leprevost. Amanhã, às 14h, será a vez do pré-candidato do PSB, Luciano Ducci.

A série de sabatinas está ouvindo pré-candidatos de 18 cidades do país. As entrevistas são sempre ao vivo, com transmissão pela Internet, nos sites e nos perfis das redes sociais do UOL e da Folha de S. Paulo.

Já participaram da série pré-candidatos de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e Rogério Correia (PT); Salvador, Bruno Reis (União Brasil) e Kleber Rosa (PSOL); de Porto Alegre, Thiago Duarte (União Brasil) e Maria do Rosário (PT); Recife, João Campos (PSB), Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD). Em São Paulo, passaram pelas sabatinas o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pré-candidato do PRTB, Pablo Marçal, Guilherme Boulos, do PSOL e o pré-candidato do PSDB, José Luiz Datena. Nesta sexta (18), às 10h, a convidada é a deputada federal Tabata Amaral (PSB).

As candidaturas devem ser oficializadas até o dia 5 de agosto. É a data limite, definida pela Justiça Eleitoral, para as convenções partidárias. As eleições municipais ocorrem em 6 de outubro, com segundo turno marcado para o dia 27.