Nunes liga abstenção recorde à agressividade e sinaliza secretaria a vice
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a agressividade da campanha explica o recorde de abstenções na votação da capital paulista — 31,54% dos eleitores não compareceram às urnas — e deu dicas sobre seus primeiros planos na segunda gestão.
O que aconteceu
Nunes atribuiu a ausência em massa da população ao tom utilizado por seus adversários na eleição. "Foi uma campanha muto difícil. A gente inclusive teve um numero de abstenção grande, que eu atribuí a uma campanha muito agressiva, mas esses candidatos mais agressivos tiveram uma rejeição bem grande."
O prefeito voltou a agradecer ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu cabo eleitoral. E afirmou que vai fazer uma gestão "diversa", apesar de não dar detalhes sobre como vai acomodar todos os partidos que fizeram parte de sua chapa.
Ao falar de seu vice, Coronel Mello Araújo, ele afirmou que o ex-comandante da Rota pode ganhar um secretariado. Apesar disso, ele declarou que só vai decidir os nomeados em dezembro.
Eu não cheguei a conversar com ele (Mello Araújo) sobre qual a função, pra além de vice-prefeito, mas talvez ele tenha uma secretaria executiva. Eu imagino previamente que ele possa ter uma secretaria executiva para cuidar de pontos específicos. Ele tem mais de 30 anos de PM, presidiu a Ceagesp, pegou com R$ 90 milhões de dívida, exploração sexual infantil, corrupção, ele eliminou tudo isso. Ele traz preparo e simplicidade. (Acredito) que ele possa me ajudar na questão da segurança pública, da zeladoria, nós temos problemas pra resolver na região do Brás, do Smartsampa, então, a principio, eu penso que ele pode desenvolver uma função muito importante em questões estratégicas.
Ricardo Nunes, ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo
Apesar disso, o prefeito reeleito adiantou que não deve mudar muito a composição do secretariado. "Estamos falando de um governo reeleito, que avançou bastante e a população aprovou. Logicamente que tem que ter as mudanças para melhorar o que for preciso, mas não deve ter muitas mudanças no secretariado."
Ao falar sobre prioridades, ele prometeu "cuidar muito da periferia". "A marca do meu governo vai ser o desenvolvimento. Vai ser um governo com muita responsabilidade fiscal, como já vem sendo, e que vai cuidar muito da periferia. Meu grande desafio, como primeiro prefeito em 470 anos que veio da periferia, evidentemente eu vou cuidar muito mais da nossa periferia, diminuir essa desigualdade social, fazer com que as pessoas possam ter oportunidade."