Mulher morre e chega a 4 o número de mortos com arroz envenenado no Piauí
Do UOL, em São Paulo
07/01/2025 10h08
Francisca Maria da Silva, que estava internada após comer arroz envenenado em Parnaíba (PI), morreu na madrugada desta terça-feira (7). Ela é a quarta vítima da mesma família.
O que aconteceu
A mulher, de 32 anos, estava hospitalizada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde desde o dia 1º. A morte dela foi por volta das 3h07 e foi confirmada ao UOL pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) na manhã desta terça.
Direção do Hospital lamentou o ocorrido. ''Expressamos nossas sinceras condolências à família da paciente e reafirmamos que a equipe multidisciplinar do HEDA trabalhou com total dedicação, seguindo todos os protocolos e medidas necessárias para garantir o melhor atendimento durante sua permanência na unidade'', disse em nota.
Francisca tinha cinco filhos e quatro deles morreram por envenenamento. Davi Pereira Silva, de um ano, e Maria Lauane Fontenele, de três, também morreram após comer o arroz envenenado. Já Ulisses Gabriel e João Miguel, de sete e oito anos, faleceram em agosto de 2024 após consumirem cajus envenenados.
Vizinha suspeita de envenenar Ulisses e João está presa. Segundo a TV Globo, Lucélia Maria da Conceição Silva, 52, responde por homicídio qualificado consumado contra os dois irmãos. Ainda não se sabe se há relação entre os dois casos de envenenamento. O UOL tenta localizar a defesa da mulher - o espaço segue aberto para manifestações.
Uma filha da mulher ainda segue internada. A menina de quatro anos está no Hospital de Urgência de Teresina. O irmão de Francisca, Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, também morreu.
Entenda o caso
Nove pessoas de uma mesma família passaram mal após comerem os restos da ceia de Natal na quarta-feira (1º). Quatro morreram, quatro receberam alta e uma segue internada, segundo a SSP.
Arroz envenenado causou as mortes, diz laudo. Substância encontrada no chumbinho estava presente na comida, informou a Polícia Científica. Um componente chamado terbufós, também encontrado em pesticidas e agrotóxicos, foi achado no arroz consumido na casa, mostrou o laudo ao qual o Fantástico teve acesso.
Perícia descartou a possibilidade de que peixes doados à família estivessem envenenados. O casal que fez a doação foi ouvido pela polícia, mas não é considerado suspeito do crime, já que também doou peixes a outras famílias e consumiu o alimento em casa, sem qualquer problema.
Suspeita é de que o alimento tenha sido contaminado na madrugada. O mesmo arroz que foi consumido no dia 1º pela família foi usado na ceia de fim de ano no dia anterior, quando ninguém passou mal. "Todo mundo dormindo. Tem capacidade de ter entrado alguém aqui e colocado esse veneno nas comidas", afirmou Maria dos Aflitos, matriarca da família, ao programa.
Familiares apresentaram os mesmos sintomas. Segundo o delegado Abimael Silva, eles tiveram frequência cardíaca abaixo do normal e sudorese intensa, sinais de envenenamento.
Caso passa a ser investigado como homicídio. Com o resultado do laudo, a Polícia Civil descarta a possibilidade de que as mortes tenham sido naturais ou acidentais.Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles. A gente vai partir para uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental.
Delegado Abimael Silva, em entrevista ao Fantástico