Zelaya será recebido com festa por aliados e simpatizantes no retorno a Honduras
O retorno do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, amanhã (28) ao país é aguardado com festa e manifestações nas ruas de Tegucigalpa. A chegada de Zelaya está prevista para o final da manhã e os simpatizantes do ex-presidente o esperam com carreatas e passeatas pelas principais ruas da cidade.
Zelaya retornará ao país depois do golpe de Estado que o retirou do poder em 2009, como resultado de um acordo com o atual presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo.
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, representará o governo do Brasil na recepção amanhã a Zelaya. “Vou lá simplesmente acompanhar essa missão de funcionários latino-americanos e, com isso, celebrar o acordo que estamos lutando lá tanto tempo”, afirmou ontem.
O retorno de Zelaya foi uma das exigências da Organização dos Estados Americanos (OEA) para analisar a reintegração de Honduras ao órgão. O país foi suspenso em outubro de 2009, depois do golpe de Estado. O assunto será tema da assembleia extraordinária da OEA.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e Garcia afirmaram ontem (26) que a tendência é que o reconhecimento do governo de Pepe Lobo e a reincorporação de Honduras ocorram já na próxima semana.
Em 28 de junho de 2009, Zelaya foi retirado da residência oficial por um grupo coordenado por integrantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e do Parlamento. O ato foi considerado um golpe de Estado pela OEA, pelo Brasil e por vários países da região. Três meses depois, o presidente deposto pediu abrigo à embaixada brasileira em Honduras, onde permaneceu até a eleição de Pepe Lobo.
Ao deixar Honduras, Zelaya passou a viver na República Dominicana. Como parte das negociações, no início de maio, a Justiça de Honduras anulou os processos de corrupção contra o ex-presidente. O acordo assinado no dia 22 foi mediado pelos governos da Colômbia e Venezuela. A anistia a Zelaya e o seu retorno a seu país, sem riscos de punições, são as principais exigências dos integrantes da OEA para aceitar a reincorporação de Honduras à organização.
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