Mulher presa por usar burca na França é impedida de entrar no tribunal com rosto coberto
Uma das duas primeiras mulheres muçulmanas levadas à corte francesa por usarem burca -- o que passou a ser proibido por lei na França este ano -- foi impedida de entrar no tribunal por se recusar a retirar o véu. Najet, 37, e Hind, 31, são as primeiras mulheres acusadas oficialmente por não respeitarem a nova lei.
Hind chegou ao tribunal em Meaux, zona oeste de Paris, usando o véu e se recursou a mostrar o rosto. Na hora de se apresentar ao juiz, um policial pediu a ela que retirasse o véu.
"Para prosseguirmos com a audiência, você deve retirar o véu. A Justiça deve proceder em uma atmosfera calma", disse o oficial Philipe, Tireloque.
"Eu uso a burca em todos os momentos -- não é negociável. A lei proíbe minha expressão e a minha defesa. Me obriga a me vestir de um determinado modo quando o que eu quero é viver de acordo com a minha religião", disse Hind.
Como apesar da lei, a polícia não é autorizada a retirar à força o véu, Hind apenas foi impedida de entrar no tribunal. Cerca de 80 mulheres acompanharam a audiência do lado de fora, em uma manifestação de apoio à ré.
Já Najet, a outra acusada, ficou em casa porque, segundo o "Daily Mail", sabia que seria barrada no tribunal por usar a burca.
As duas foram presas no dia 5 de maio, em Meaux, quando participavam de um protesto contra a lei, alegando que banir a burca era "inconstitucional". Elas pagaram uma multa de 150 euros (cerca de R$ 345) e foram obrigadas a participar de aulas sobre cidadania.
A França é o único país na Europa a adotar o veto. Segundo a lei, as pessoas que esconderem seu rosto em "locais abertos ao público", como repartições, meios de transporte, estabelecimentos comerciais, parques e cinemas, estão sujeitas a multas de 150 euros. Já pessoas que obrigarem uma mulher a usar a burca podem ser multados em até 30 mil euros ( cerca de R$ 68 mil) e condenados a um ano de prisão.
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