Jornalistas apagaram recados do celular de jovem britânica no caso dos grampos, diz testemunha
As mensagens gravadas na caixa postal do celular da jovem Milly Dowler, morta em 2002 na Inglaterra, não foram apagadas pelo investigador acusado de organizar o esquema de grampos do "News of the World", Glen Mulcaire, mas sim pelos jornalistas do tabloide. A afirmação foi feita pelo jornalista Nick Davies, que revelou o esquema de grampos telefônicos do tabloide britânico "News of the World".
"Se você me perguntar quem hackeou a caixa postal de Milly, a resposta é: um ou mais jornalistas do News of the World apagaram as mensagens gravadas", disse Davies nesta terça-feira (29) ao participar do inquérito que investiga o caso.
Segundo ele, o detetive era apenas um "facilitador" que conseguia todas as informações sobre as companhias telefônicas mas que nunca chegava a ouvir o conteúdo das mensagens hackeadas.
O "News of the World" é acusado de realizar durante anos uma espionagem de telefones celulares de famosos, jornalistas e outras pessoas com o objetivo de conseguir reportagens exclusivas. O caso de Milly Dowler é um dos mais polêmicos.
Milly foi sequestrada em 2002 e encontrada morta seis meses depois. Um ex-segurança de um clube noturno foi sentenciado à prisão perpétua no início deste ano por tê-la matado. No entanto, o tabloide hackeou o telefone da menina depois de ela desaparecer e, enquanto as mensagens de sua caixa postal eram apagadas, a família continuava tendo esperanças de que a garota estava viva.
O jornal foi condenado a pagar uma indenização de 2 milhões de libras (R$ 5,7 milhões) à família de Milly, e Rupert Murdoch ainda afirmou que doaria pessoalmente mais 1 milhão de libras para instituições beneficentes escolhidas pela família Dowler.
O inquérito Leveson é divido em duas partes. A primeira, que consiste nos atuais depoimentos, servirá para recomendar mudanças na maneira como a mídia no Reino Unido é regulada e também apresentar novas revelações no caso dos grampos.
A segunda parte será aprofundada no caso dos grampos telefônicos praticados pelo jornal, embora esta fase só possa começar depois de terminada a investigação policial em curso, cuja data de conclusão não foi determinada.
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