Assad publica decreto com novo governo, mas estrutura de poder não muda na Síria
O ditador sírio, Bashar al Assad, publicou neste sábado (23) um decreto que forma um novo governo sob o comando do primeiro-ministro Riad Hiyab, nomeado no último dia 6. O novo gabinete inclui integrantes da oposição interna e cria o Ministério para a Reconciliação Nacional.
Os principais ministérios -- do Interior, da Defesa e das Relações Exteriores -- foram mantidos. A recondução de Daoud Rajha, ministro da Defesa, anulou boatos de que tivesse sido assassinado por forças opositoras ao regime de Assad. Walid Muallem continua como chanceler, e Ibrahim Shaar como ministro do Interior.
Dentre as novidades, o líder do Partido Social Nacionalista Sírio, Ali Haidar, encabeçará o Ministério para a Reconciliação Nacional, enquanto o também opositor e presidente da Frente Popular para a Mudança e a Libertação, Qadri Yamil, será o vice-primeiro-ministro para Assuntos Econômicos e ministro do Comércio.
Os opositores incluídos no governo fazem parte da chamada "oposição interna" e dirigem legendas toleradas pelo regime e que defendem uma reforma de suas estruturas comandada por Assad.
O novo gabinete foi formado após as eleições parlamentares de 7 de maio, que, segundo afirmou Assad, fazem parte do caminho para uma reforma. A oposição, porém, boicotou o pleito, dizendo se tratar de uma farsa e insistindo que o ditador deve deixar o cargo.
Críticos também consideram o gabinete simbólico e acreditam que o poder na Síria permanece nas mãos de Assad e seu estreito círculo familiar e das elites das forças de segurança.
O primeiro-ministro Hijab é um exemplo disso. Ex-ministro da Agricultura, integra o partido Baath Assad, que governa a Síria por quase quatro décadas desde que Hafez al Assad, pai de Bashar al Assad, assumiu o poder em 1970.
Nascido em 1966 em Deir ez Zor, no leste do país, o novo primeiro-ministro é doutor em Engenharia Agrícola e foi secretário-geral do partido governamental Baath em sua cidade natal entre 2004 e 2008.
Dessa data até fevereiro de 2011, ele foi governador da província de Quneitra, no sudoeste do país, e posteriormente governador de Latakia, no oeste, cargo que ocupou até ser nomeado ministro da Agricultura, em abril de 2011.
Ele é o segundo premiê de Assad desde o início das revoltas populares na Síria, que começaram em março de 2001 e já deixaram mais de 15 mil mortos.
(Com EFE e Reuters)
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