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Com folga, Correa é reeleito presidente do Equador e garante mandato ininterrupto mais longo do país

Rafael Correa discursa para multidão no Palácio Carondelet, em Quito - Gary Granja/Reuters
Rafael Correa discursa para multidão no Palácio Carondelet, em Quito Imagem: Gary Granja/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/02/2013 08h50

O presidente do Equador, Rafael Correa, 49, foi reeleito neste domingo (17) no primeiro turno das eleições para mais um mandato de quatro anos, com uma vitória folgada, que ele celebrou com milhares de partidários nas ruas de Quito. Assim, ele garantiu para si uma década no poder, o mandato ininterrupto mais longo na história do país andino.

"Esta revolução ninguém para, estamos fazendo história. Estamos construindo a pátria pequena e a pátria grande. Obrigado por esta confiança, nunca lhes faltaremos, esta vitória é de vocês", disse Correa aos simpatizantes na praça Grande, ao lado do vice, Jorge Glass.

Correa recebeu 56,9% dos votos, segundo a contagem parcial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Após a apuração de 54,05% das urnas, o banqueiro Guillermo Lasso tinha 23,7% dos votos, enquanto o ex-presidente Lucio Gutiérrez recebeu pouco mais de 5%.

"Triunfou, conseguiu a reeleição e isto merece nosso respeito e reconhecimento, vamos felicitá-lo e a sua organização por terem conseguido isto", disse Lasso em um discurso em Guayaquil (sudoeste), no qual admitiu a derrota.

Correa é o primeiro desde 1996 que termina seu mandato completo na presidência do país. Ele dedicou a vitória ao presidente venezuelano, Hugo Chávez. "Aproveito a oportunidade para dedicar esta vitória a esse grande líder latino-americano que mudou a Venezuela", falou, no palácio presidencial de Carondelet.

No total, 11,6 milhões de equatorianos foram convocados às urnas neste domingo, dos quais cerca de 286 mil moram no exterior. No Equador o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 65, com algumas exceções, como os moradores no exterior e os integrantes das Forças Armadas e Polícia Nacional, para quem é optativo.

A posse do presidente está prevista para o dia 25 de maio.

Eleições no Congresso

Os equatorianos também escolheram seus representantes no Congresso, mas os resultados ainda não foram divulgados. Segundo o instituto de pesquisas CMS, o governo deve obter maioria absoluta, com 60% a 65% das cadeiras.

Atualmente, a AP tem a principal bancada, mas sem maioria absoluta. Correa apresentou como objetivo consolidar a força do governo no Legislativo para aprovar projetos pendentes, que em suas palavras tornarão "irreversível" o processo no país.

Carreira política e propostas

Correa, economista de esquerda que estudou nos Estados Unidos, tomou posse pela primeira vez em 2007 e ganhou o apoio dos mais pobres ao usar as receitas do petróleo para construir estradas, hospitais e escolas nas áreas rurais e mais pobres do país. Em 2009, Correa também foi eleito em primeiro turno, ao vencer Lucio Gutiérrez por 52% a 28,2%.

Agora ele pode ampliar o controle estatal sobre a economia do país exportador de petróleo e garantir novo fôlego aos líderes socialistas da América Latina. Correa afirmou que radicalizará o projeto de esquerda, que chama de "revolução cidadã".

Correa afirmou que o grande desafio para seu próximo mandato é "transformar em irreversível a mudança nas relações de poder", de modo que "o povo" mande e não o capital. (Com agências internacionais)