Internautas criam campanhas por papa brasileiro e torcem nas redes sociais

Acompanhando o aumento do favoritismo de dom Odilo Scherer para ser escolhido papa, cresce no Brasil a torcida por um brasileiro no comando da Santa Sé. O arcebispo de São Paulo alcançou nesta terça-feira (12) a segunda posição no ranking de apostas na bolsa de Londres.

Em Taubaté (interior de SP), um grupo de jovens católicos criou uma campanha na internet em apoio à escolha de um cardeal brasileiro para ser o próximo papa. A corrente, que não declara apoio a um cardeal brasileiro específico, conta com uma página no Facebook, criada no dia 1 de março, e com camisetas personalizadas.

Participam do conclave cinco cardeais brasileiros: dom Raymundo Damasceno, dom Cláudio Hummes, dom Odilo Scherer, dom Geraldo Majella Agnelo e dom João Braz de Aviz. Dom Odilo e dom João Braz de Aviz são os com mais chances de ser escolhidos. No conclave, qualquer cristão, independentemente de ser cardeal ou não, pode ser escolhido papa.  

Para divulgar o movimento pelo papa brasileiro, os jovens da paróquia Nossa Senhora das Dores de Taubaté conseguiram tirar fotos, postadas na rede social, em que políticos, como o presidente do PTB paulista, Campos Machado, e líderes religiosos, como dom Fernando Figueiredo, bispo de Santo Amaro (SP) e do Santuário Mãe de Deus, do padre Marcelo Rossi, empunham a camiseta com o slogan que dá nome à campanha: “Papa brasileiro eu acredito”.

Há também um vídeo postado no Youtube em que o grupo que coloca a possibilidade da eleição de um papa brasileiro como mais um atrativo do país, famoso pelo samba, o futebol, e que agora sediara a Copa do Mundo e as Olimpíadas – em 2014 e 1016, respectivamente.

O coro por um papa do Brasil entoado pelo grupo taubateano não está sozinho. No Facebook é possível encontrar pelo menos oito comunidades criadas para apoiar a escolha de um cardeal do país durante o conclave no Vaticano. Considerando todas as comunidades, que tem nomes como "Por um papa brasileiro", ao menos 492 pessoas declaram apoio à causa. A reportagem não encontrou nenhum grupo declarando ser contra a eleição de um papa brasileiro.

Uma das comunidades é dedicada especialmente à torcida por dom Odilo Scherer na Santa Sé. Aliás, essa é a comunidade com mais apoiadores – são 314. O grupo já conta com a vitória no nome: “Dom Odilo Pedro Scherer é Novo Primeiro Papa Brasileiro 2013 100%”.

Papa brasileiro é visto com bom humor no Twitter

As especulações sobre a escolha de um papa brasileiro também cresceram no Twitter. Uma busca pela expressão “papa brasileiro” gera cerca de 10 atualizações a cada minuto, diferença brutal com relação aos dias anteriores, quando poucas mensagens eram postadas com esses termos.

Agora, quem comenta a possibilidade de escolha de um papa brasileiro são os internautas. “É séria essa história aí que possivelmente o papa vai ser brasileiro?”, diz Lyyy, dono do perfil ‏@pqpshadow_. “A Igreja Católica tem perdido muitos fiéis no Brasil nos últimos anos e seria uma ótima se a escolha do novo papa fosse brasileiro”, escreve Paulo Rezende, que tem o perfil @pvrezends.

“Não sou católico, mas seria legal se o candidato brasileiro a ser papa ganhasse”, diz João Victor, dono do perfil ‏@wergutzvictor. A internauta Mariana, do perfil ‏@andpizzazz, entra na torcida por dom Odilo: “Sabe que eu to torcendo pelo Odilo ia ser legal ter um papa brasileiro, eu acho. #yougoOdilo”.

“O papa brasileiro vai soltar uma linda arara em vez de pomba da paz vote papa brasileiro”, torce opintinho.com.br, do peril ‏@alechandracomix.

A diferença no Twitter com relação aos grupos de apoio encontrados no Facebook é o espaço para as dissonâncias, com algumas pessoas dizendo não querer um papa brasileiro.

“Transformam a escolha de papa em jogo de futebol, onde temos que "torcer" pelo brasileiro!”, escreve Carlos A. N. Bettes, do perfil ‏@carlosbettes. “Deus queira que esse novo papa não seja brasileiro ou a gente não vai assistir outra coisa mais nunca na televisão”, fala rafaconversa, do ‏@omesmorafa.

No entanto, brincadeiras e piadas bem humoradas dominam a repercussão do favoritismo brasileiro no conclave.  “Torcendo ansiosamente para o papa ser brasileiro só para ouvir Galvão Bueno gritando: "Éééééééééééééééé é do Brasillll" Brasil sil sil sil”, fala João Felipe, do perfil ‏@sagazito.

“Essa história da possibilidade de ter um papa brasileiro ta igual qdo tem filme do brasil concorrendo no Oscar. um clima de: agora, vai", diz @drispaca.

Com o favoritismo brasileiro, as especulações sobre o nome do escolhido também ganham espaço: “Se o papa for brasileiro,ele pode adotar um nome 'nacional'. José Maria ou José Carlos, p ex . Já pensou, papa Zé Maria ou papa Zeca I? Vende”, diz Flávio Rocha ‏@FlavioRocha1. “Se o papa for brasileiro, você prefere que ele se chame Amijubi, Fuleco ou Zuzeco?”, pergunta Fellipe Figueiroa, do perfil ‏@rfellipe.

Mas, por enquanto, a animação é acompanhada de ceticismo: “Só boto fé em um papa brasileiro se ele assumir o papado tendo como trilha o 'Tema da Vitória' do Senna”, dispara ‏@revistaabsurda.